Dólar alto não influencia viagens para quem se programa

O dólar turismo atingiu valor máximo de fechamento em novembro, quando encerrou o dia vendido perto de R$ 4,44. Porém, a valorização do dólar não tem influência na escolha dos destinos de viagem de fim de ano, segundo duas das agências de turismo de Lages: a CVC e a Lagetur.

Planejamento para comprar as passagens aéreas e o dólar, além de fazer as reservas de hotel com antecedência são as atitudes de quem não quer deixar de viajar no verão, mesmo com o dólar alto.

Segundo a gerente de vendas da CVC, Ediane Ramos de Liz Bachmann, os clientes que viajam para o exterior se planejam com antecedência de quatro a seis meses da data do embarque, comprando, ao longo desse período, a hospedagem, contratando a locação de carro, ingressos, entre outros serviços que compõem o passeio. Neste período de início do verão no hemisfério sul, 70% dos clientes que viajam de férias com a CVC, optam por destinos nacionais e os restantes 30% vão para o exterior.

A oscilação do dólar, segundo ela, acaba influenciando nos gastos extras dos viajantes, como por exemplo, compras e alimentação, mas, geralmente, eles aproveitam para fazer a compra da moeda de maneira espaçada, em diversas épocas, antes da viagem, para ter um valor médio antes do embarque.

“Em épocas como esta, a CVC percebe maior procura dos consumidores por promoções, principalmente, de passagens aéreas. O consumidor acaba aguardando oportunidades para fechar a viagem e também faz ajustes quanto às datas e duração, quando opta por manter os planos da viagem ao exterior.”

Viagens nacionais podem ser mais caras do que as internacionais

A consultora de viagens da Lagetur, Karen Köhler afirma que viajar pelo país pode sair mais caro do que ir para o exterior, se a data escolhida for na alta temporada, que se inicia em meados de dezembro e vai até dia 15 de janeiro. Por isso, ela destaca a importância de se programar com antecedência e ficar atento às promoções. Uma das dicas que ela dá é comprar o dólar em etapas. “No fim de ano sempre aumenta muito, há especulação demais, então, é necessário estar preparado.”

A especialista também alerta para os preços das passagens aéreas. “Devido à falência da Avianca, houve um aumento nas tarifas das passagens aéreas, que também subiram devido ao valor do combustível.”

A consultora de viagens Karen Köhler dá dicas para viajar – Foto: Susana Küster

Seis meses de planejamento para ir ao exterior

José Luis Michaltchuk e sua família começam a organizar as viagens para o exterior com seis meses de antecedência. Salvo uma situação de emergência, o empresário afirma que as viagens internacionais precisam de um planejamento maior para não haver surpresas. “Nas viagens nacionais não há necessidade de lidar com câmbio, então, três meses de antecedência são suficientes.”

Ele e a família sempre preferem viajar em épocas de baixa temporada, assim conseguem tarifas mais baratas de hotéis e passagens aéreas. “Vamos viajar em abril, para escapar da alta temporada, pois períodos de férias escolares é alta temporada. Negociamos com a escola para as crianças fazerem trabalhos extras.”

Uma dica considerada importante por ele é sempre pesquisar o destino escolhido. “Não adianta ir no Museu do Louvre, se não souber um pouco sobre a história, não tem tanto impacto e importância o passeio. É preciso pesquisar as comidas típicas, cultura, história… afinal, a viagem não é barata, então, tem de aproveitar de forma efetiva.”

10 dicas para viajar com a subida do dólar

1. A escolha do destino da viagem passa a ser orientada pelo orçamento disponível.
2. Se a escolha ou a decisão da viagem ficou para última hora, opte por garimpar promoções tipo “saldão de viagens” promovidos por empresas de renome ou opções em voos fretados.
3. Opte pelo parcelamento do pacote de viagem em até 10 vezes sem juros, preferencialmente no boleto bancário, pois, assim, o cartão de crédito fica livre para qualquer emergência durante a viagem, principalmente, se o destino for o exterior. 
4. Para gastos durante a viagem ao exterior, opte pelo cartão pré-pago ou moeda em espécie para limitar os gastos com antecedência.
5. Encurtar a viagem nem sempre reduz as despesas. Melhor controlar compras ou optar por hospedagens que já consideram pensão completa, o que evita gastos extras com refeições.
6. Opte por pacotes que oferecem passeios incluídos, seguro viagem, assistência de guia, pois esses serviços opcionais podem ser comprados no Brasil, com conversão do câmbio no ato da compra.
7. Consulte se a operadora oferece acordos exclusivos com hotéis, que garantem tarifas mais competitivas no mercado. 
8. Antecipe a viagem em um dia se houver promoções de pacotes e fique atento às diferenças tarifárias, dependendo da data que se deseja viajar, se for de avião. 
9. Estude outros meios de transporte para chegar até o destino, que pode ser mais vantajoso.
10. Fique de olho nas economias de outros países e os reflexos disso para o turismo. A Argentina, por exemplo, está mais atrativa para brasileiros, por conta da desvalorização do peso argentino, o que torna passeios, alimentação, shows e hospedagens mais em conta.

Fonte: CVC Lages