Turismo

Diagnóstico turístico de Lages é apresentado

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Ex-ministro da Previdência, Waldeck Ornélas falou dos desafios de investir no turismo - Foto: Susana Küster

Compreender os objetivos e o processo de desenvolvimento planejado para o turismo para os próximos anos, e ter acesso a linhas de financiamento de fontes oficiais e recursos disponibilizados pelo Ministério do Turismo.

Esses são alguns dos objetivos do diagnóstico do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável de Lages, que recebeu emenda da deputada federal Carmen Zanotto para ser desenvolvido e que foi apresentado no Centro Cultural do Sesc, quarta-feira (2), em evento promovido pela prefeitura e pela Amures. 

O plano foi apresentado pelo empresário Carlos Cappelini, da Girus Soluções em Turismo, que está fazendo um diagnóstico em relação ao turismo dos municípios da região. Depois da apresentação, o ex-ministro da Previdência e ex-senador, Waldeck Ornélas deu uma palestra sobre oportunidades de captação de recursos internacionais.

Cappelini defende que para o plano ter resultado é preciso a participação de todos os envolvidos na execução do que está definido. “Quando o plano for finalizado, será enviado para a Câmara de Vereadores e transformado em uma política municipal, se tornando uma lei que orienta o Executivo e o Conselho de Turismo. Passamos a metodologia para todos entenderem seu papel no desenvolvimento turístico”.

As estratégias para alcançar o plano ainda não estão definidas, o empresário explica que essa é a segunda fase e muda de acordo com a análise do diagnóstico. “Cada região tem determinados valores e precisam de caminhos diferentes para atingir seus objetivos”.

Um dos pontos elencados no plano é a falta de monetização dos atrativos identificados. Foram encontrados durante o diagnóstico, 31 atrativos, sendo seis naturais e 20 culturais, onde não há cobrança para visitação. “Precisamos criar uma cultura de captar os recursos deixados pelos turistas para a manutenção dos equipamentos, melhoria dos serviços e criação de novos atrativos”.

Para o executivo de Turismo de Lages, Luís Carlos Pinheiro Filho, é preciso aliar o trabalho municipal com o das outras cidades, para que se alcance mais sucesso, que não é visto por ele como ser alcançado, se as ações são feitas de forma isolada. 

Números levantados

A pesquisa da empresa Girus levantou que Lages possui 73 estabelecimentos de alimentos e bebidas, entre restaurantes, lanchonetes, bares e gastrobares. “Estes pontos geram cerca de 627 postos de trabalho durante a alta temporada (1,3% da população), número ainda muito baixo comparado a outras cidades de mesmo porte”, destaca. A rede hoteleira possui 29 meios de hospedagem na cidade. A ocupação gira em torno de 70% na alta temporada e 40% na baixa.

Um dos pontos negativos levantados na pesquisa é que, dentre as 15 agências que trabalham com turismo em Lages, apenas duas atuam no turismo receptivo, ou seja, fomentam o turismo municipal. Todas as outras vendem pacotes para que os lageanos viajem para fora.

Entrevista 

O ex-ministro da Previdência e ex-senador, Waldeck Ornélas, fala nesta entrevista, sobre a reforma da previdência.

A reforma da previdência é necessária?

Eu tive oportunidade de concluir há 20 anos, a primeira reforma da previdência. Criamos o fator previdenciário que equilibrou as contas do regime geral até agora. Quando ingressamos nessa terrível crise econômica há cinco anos, a reforma passou a ser a peça chave para se permitir repensar a situação fiscal e econômica do país. Mas, ela é apenas o ponto de partida da mudança.

Além da reforma, o que é preciso fazer para sair da crise?

A sensação é que o país ainda não se deu conta que estamos em uma crise muito grave e profunda e que é preciso sair disso. Hoje a União não tem mais dinheiro para investir, cessaram as transferências voluntárias, restaram só as emendas parlamentares que se tornaram obrigatórias, mas elas são poucas. O país precisa recuperar sua capacidade de investir. Os municípios precisam desenvolver sua vocação econômica, isso que vai gerar oportunidades de trabalho e renda, e, dinamizar a economia.

O senhor viaja o Brasil dando palestra sobre como os municípios podem desenvolver sua economia, apesar da crise. De que forma isso é possível?

É preciso fazer um programa econômico próprio com identidade regional, buscando recursos do setor privado, já que o poder público não tem dinheiro. Não basta ter planos para ficar na prateleira, tem que ter projetos no executivo e recursos para implementá-los. O turismo é um segmento estratégico, que gera emprego, renda e movimento para a economia, mas é preciso os municípios buscarem sua vocação econômica. Planos com estratégias integradas funcionam bem, porque ajudam a consolidar a permanência do turista. Além é claro, de usar o marketing na divulgação da região. Há uma série de ações que precisam e podem ser feitas.

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