Coronavírus
Delivery, para muitos a alternativa para driblar a crise
No dia 17 de maio, o Governador do Estado de Santa Catarina, Carlos Moisés, decretou situação de emergência e anunciou medidas drásticas de restrição para evitar o avanço da pandemia do novo coronavírus.
Sendo assim todo o comércio fechou as portas por 28 dias. Apenas estabelecimentos essenciais como, supermercados e farmácias, permaneceram abertos.
A medida (portas fechadas) foi necessária para tentar evitar um colapso no sistema de saúde, porém trouxe consequências para a economia.
Mas alguns lojistas conseguiram contornar a situação por meio de uma nova estratégia de venda, o delivery (entrega a domicílio).
O delivery foi a “salvação” para muitos empresários de todo o mundo. Foi o caso da empresária lageana Rosemari de Oliveira, que durante a quarentena utilizou as redes sociais, como instagram e WhatsApp, para fazer suas vendas e entregas.
Proprietária há quatro anos da loja Bambino Mio, no Bairro Coral em Lages, Rosemari oferecia seus produtos de forma virtual. A entrega era feita a domicílio, com todos os cuidados possíveis, luvas, máscaras e álcool gel.
“No início ficamos apavorados, então investimos nas redes sociais, divulgamos nossos produtos e fizemos as vendas online por meio de delivery.
Com as vendas online conseguimos manter uma certa estabilidade. O WhatsApp ficou bem movimentado durante esses dias”, comenta.
E mesmo com as boas vendas pelo novo método, Rosemari não saiu ilesa da situação. Segunda ela houve uma queda de 20% no número de vendas.
Na loja, trabalham três funcionários, um deles é o filho, Rafael de Oliveira, que junto com a vendedora Bruna Antoniazzi, ajudou Rosimari na divulgação, vendas e entregas durante a quarentena.
“Mesmo com o caos, não pensamos na possibilidade de demiti-los, demos um jeito na situação. Eles me ajudaram com as vendas online e movimentamos as redes sociais.
Embora a quarentena tenha causado esse caos econômico, o governador fez certo em decretar o isolamento. A saúde não se compra”, conclui.
Coronavírus impulsiona delivery no Brasil
Desde que aumentaram os casos do novo coronavírus no Brasil, especialistas recomendaram isolamento social para o máximo de pessoas possível.
Diversas empresas decretaram home office e centenas de eventos foram cancelados em todo o País, em um esforço para conter aglomerações e diminuir o contágio do vírus, que já infectou ao menos 44.565 brasileiros.
Enquanto a economia fica paralisada, com projeções de retração expressiva em 2020, um setor em particular tem sido (ainda mais) alavancado pela quarentena voluntária destas e das próximas semanas: os aplicativos de delivery.
Entre aqueles que estão ― ou se preparam ― para ficarem isolados em casa, aplicativos de delivery de refeições e alimentos têm sido uma opção para evitar idas aos supermercados e restaurantes.
Ao HuffPost Brasil, o aplicativo de delivery Rappi informa que registrou nas últimas semanas um aumento de 30% no número de pedidos, principalmente em restaurantes, supermercados e farmácias.
“Desde que as conversas sobre o coronavírus se iniciaram, percebemos um aumento significativo no número de pedidos de supermercado — o que acreditamos ser uma resposta dos usuários preocupados com o tema incerto e medidas de quarentena sendo tomadas em diferentes cidades”, informou a assessoria da Rappi.
Segundo a companhia, as buscas saltaram porque as pessoas se sentem mais seguras fazendo compras pelo aplicativo e evitando contato com pessoas.
O iFood informa que também está testando entregas com menor contato. A plataforma já disponibiliza a opção “entrega sem contato”, que pode ocorrer tanto entre consumidores e entregadores, mas também entre entregadores e funcionários de restaurantes.
Além disso, a empresa está reforçando as recomendações do Ministério da Saúde aos seus consumidores, entregadores e restaurantes parceiros. Foram enviados comunicados informativos, em que se reforçam as boas práticas e medidas preventivas.
Em Santa Catarina crescimento foi de 17%
De acordo com uma pesquisa feita pela Abrasel-SC (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Santa Catarina) entre os 279 associados no estado, apenas para 17% deles, ou 47 estabelecimentos, houve aumento no fluxo de delivery.
“Na nossa opinião isso é um reflexo do fato de as pessoas terem estocado comida em casa”, diz o presidente da entidade, Raphael Dabdab.
Em relação aos cuidados sanitários, a associação produziu um ebook sobre os cuidados a serem adotados no delivery e compartilhou com todas as empresas associadas.
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