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Copa do Mundo: Peruano com o coração dividido

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Juan é músico e todo os anos se apresenta na Sapecada da Canção Nativa da Festa do Pinhão - Foto: Adecir Morais

O peruano Juan Lozano, de 42 anos, está com o coração dividido nesta Copa do Mundo da Rússia. Seus dois amores – Peru e Brasil, estão em grupos diferentes, mas se porventura venham a se enfrentar na fase dos matas, o que pode acontecer na semi, caso as duas seleções avancem, ele ficará em cima do muro.

“Vejo o Brasil como um dos favoritos a ganhar o título, já o Peru está com uma seleção bem organizada, o grupo está unido e a torcida motivada, mas se as duas seleções chegarem a se enfrentar, o empate seria o melhor resultado”, brinca Juan, que é músico, toca instrumento de sopro e mora em Lages há oito anos.

Nascido na cidade de Chimbote, na costa central-norte do Peru, Juan mora no Brasil há 20 anos. Primeiramente, residiu em Porto Alegre (RS). Lá, casou-se e teve duas filhas, mas acabou se divorciando. Após, decidiu se mudar para Lages, onde se casou com uma lageana. Atualmente, reside com a esposa no Bairro São Cristóvão.

Antes de criar raízes em solo lageano, além de Porto Alegre, ele morou em Curitiba (PR), Campo Grande (MS) e Campinas (SP). Mas foi em Lages que encontrou um ambiente perfeito para se desenvolver profissionalmente como músico. Ele se apresenta no Calçadão da Praça João Costa, onde também vende CDs, além disso, todos os anos, participa da Sapecada da Canção Nativa durante a Festa do Pinhão.

“Lages tem uma tradição musical muito forte.  Todos os anos eu participo da Sapecada”, comenta o peruano, destacando que, quando chegou ao Brasil, teve dificuldade para se adaptar ao idioma português, hoje, porém, fala bem a língua.  Ele revela ainda que se sente muito bem em Lages. “A cidade é tranquila e acolhedora. Estou muito feliz aqui”, acrescenta.

Peru na Copa

A seleção peruana volta a disputar a Copa depois de 36 anos. A vaga foi conquistada diante da Nova Zelândia na repescagem das eliminatórias. O principal nome da equipe é o atacante Paolo Guerrero, que viveu um drama antes de ter seu nome confirmado na lista do técnico Ricardo Gareca.  O camisa 9 foi flagrado no exame antidoping no ano passado e por pouco não ficou de fora do Mundial.

Primeiramente, o atacante, que também defende o Flamengo, foi punido com seis meses longe dos gramados, contudo, a Fifa decidiu aumentar a pena para 14 meses, com isso, o jogador ficaria de fora da Copa. Entretanto, a justiça suíça concedeu um efeito suspensivo, liberando o atleta para disputar o Mundial.

Os peruanos estão no grupo C, ao lado de França, Austrália e Dinamarca. Eles estreiam contra os dinamarqueses no próximo sábado, às 13 horas (de Brasília). A França é favorita para se classificar em primeiro nesta chave, nesta caso, o Peru teria que lutar pela segunda vaga do grupo.

Um pouco da história peruana

Historiadores apontam que existem indícios da presença humana na área onde fica o Peru, há mais de 15 mil anos, mas a independência do país ocorreu apenas no dia 28 de julho de 1821. Os incas, que habitaram a região antes da chegada dos espanhóis na América, tiveram papel importante na civilização do país.

Durante a década de 1980, os peruanos passaram por uma forte crise social e econômica, com o aumento da dívida externa. Em 1990, o então presidente Alberto Fujimori convocou uma assembleia constituinte para elaborar uma nova constituição do país.

De 2006 para cá, sob o comando de Alan Garcia Pèrez, o Peru melhorou sua economia, reduziu a inflação, aumentou sua exportação e o PIB. O país está localizado na América do Sul e faz fronteira com Chile, Brasil, Equador e Colômbia.

O artesanato é diversificado, com peças muito coloridas, faz parte da cultura e identidade peruana. As peças são comercializadas em todo o mundo, representando uma importante fonte de renda das famílias. Músicas e festas populares também fazem parte da identidade cultural.

Peru em números

População: 29 milhões de habitantes

Área territorial: 1.285.216 km².

Capital: Lima

Fundação: 28 de julho de 1821

Setores econômicos mais importantes: mineração, agricultura comercial e atividades pesqueira.