Geral
Colégio com mais de meio século sem prazo para reforma
Problemas de infiltração, de esgoto e na fiação elétrica, vazamentos, portas sem trincas e descascando, falta de pisos, de forro e de telhas em alguns lugares, e buracos na divisória das salas. Até parece um local abandonado. Mas não é. A descrição é de alguns problemas da estrutura do Colégio Belisário Ramos, no Bairro São Cristóvão, em Lages. A instituição possui 56 anos e 700 estudantes. E a reforma geral, esperada pela direção desde o ano passado, ainda não aconteceu.
Em uma sala de aula, buracos na divisória de madeira impedem o isolamento acústico, prejudicando o ensino, já que os alunos escutam a explicação de dois professores. Um banheiro feminino não pode ser usado quando chove, porque o vazamento é muito forte e escorre pela fiação elétrica, causando um sério risco de curto circuito. Um papel fixado na parede do banheiro informa que se chover, as mulheres devem usar o banheiro dos homens.
O diretor José Renato Rosa Machado conta que a tentativa é de deixar a escola em mínimas condições de uso, mas é difícil devido aos problemas. Para se ter uma ideia, apesar da instituição ter 10 aparelhos de ar condicionado, eles não foram instalados, porque a rede de energia não suporta. “Fizemos uma promoção de pastel na escola e o rapaz trouxe duas fritadeiras e nem isso foi possível ligar na rede”.
Ele afirma que o recurso para a reforma geral da escola está disponível desde 2017, porém, até agora, tudo continua igual. O valor previsto para a obra é de R$ 1,8 milhão. O diretor explica que com a troca de secretário estadual da Educação, a escola decidiu enviar várias fotos para o então secretário da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR), João Alberto Duarte. Porém, logo depois, ele pediu exoneração do cargo. “Falamos com a nova secretária da Gered, Fátima Ogliari e neste meio tempo saiu a licitação, porém uma das empresas entrou com processo”.
Ogliari informou que essa empresa recorreu da decisão do processo de licitação, por isso, o andamento emperrou. Porém, ela acredita que até fim do ano, este trâmite se encerre e a obra possa iniciar. Enquanto a obra não sai, um pai de um aluno vai arrumar piso em uma sala de aula. “Conseguimos material e, com a ajuda deste pai, vamos fazer isso, porque não sabemos quando essa reforma vai começar”, lamenta.
Bons resultados
Apesar da estrutura precária, o colégio conseguiu a nota 7,0 no resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), nas séries iniciais do ensino fundamental. O diretor conta que a meta do Ministério da Educação para as escolas é alcançar, no mínimo, a nota 6,0 no resultado que sai em 2020. “Conseguimos uma nota melhor e antes do prazo”.