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Cepal se preocupa com dependência da China
Brasília, 30/05/2010, Agência Brasil
A possibilidade de uma nova dependência das economias dos países latino americanos e caribenhos do mercado chinês preocupa a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que começou hoje (30), em Brasília, seu 33º período de sessões.
Para a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, os países latino-americanos e caribenhos não podem substituir a dependência que tiveram dos Estados Unidos nos anos de 1980 e 1990 pela dependência da China, mesmo diante das perspectivas promissoras da economia do país asiático. “A América Latina não pode passar de uma dependência para outra.”
A secretária assinalou que o país asiático se tornou o principal parceiro comercial da região. Para superar essa condição é necessário que os países superem sua condição de exportadores de matérias-primas e diversifiquem seus parceiros econômicos, defendeu Alicia.
A profunda dependência do México e de outros países do Caribe da economia norte- americana fez com que esses mercados pagassem caro quando explodiu a crise imobiliária nos Estados Unidos, em 2008, lembrou Alicia. Ela citou o Brasil como exemplo de país que sofreu menos os efeitos da crise financeira mundial por causa da diversificação de seus parceiros comerciais, voltando-se para a própria China e outros países da Ásia.
Outro ponto a ser perseguido, de acordo com a recomendação da Cepal, é o fortalecimento dos mercados internos como forma de proteção diante de possíveis turbulências.
Hoje, a China é o principal parceiro econômico do Brasil e compra principalmente commodities. Em 1999, o comércio entre os dois países somou US$ 1,5 bilhão, Em 2008, o volume negociado ultrapassou US$ 36,4 bilhões.
fotos: José Cruz/ABr