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Celesc vai melhorar a eletrificação no meio rural
O programa Celesc Rural no Núcleo Planalto vai substituir 19,3 quilômetros de rede monofásica para trifásica, com investimento de R$ 1,7 milhão. O objetivo é atender com eletrificação rural as propriedades do Estado e garantir o crescimento do agronegócio.
Na Serra Catarinense, os municípios de Rio Rufino, Urubici e São José do Cerrito serão contemplados nesta primeira etapa que também compreende melhorias nas redes tornando-as isoladas (protegidas), o que vai reduzir as ocorrências de queda de energia por conta da vegetação, aves e outros, que encostam na rede. Esses trabalhos começam no segundo semestre e devem se estender até o ano que vem.
Já a licitação para a execução da segunda etapa do projeto está programada para ser lançada a partir de outubro deste ano e vai atender mais cidades. “Esse novo sistema permite a ampliação da carga nas propriedades, melhorias das condições de atendimento e diminuição das interrupções”, diz o gerente do Núcleo Planalto, Gladimir Jeremias.
Algumas espécies de árvores alcançam mais de 30 metros de altura e, com a força dos ventos, muitas vezes, são lançadas sobre a rede, são um dos fatores que contribuem para a falta de energia. A recuperação do sistema pode ser demorada, se o ponto da ocorrência estiver em uma área de difícil acesso para as nossas equipes, por exemplo. Essas ocorrências tendem a reduzir, pois os cabos se tornarão mais resistentes com o impacto.
Crescimento e garantia de atendimento
Em São José do Cerrito, as propriedades contempladas serão: Ermida, Goiabeira, Ponte Canoas, Bela Vista e Toca da Onça. A direção da Agro Ribeiro dos irmãos Ribeiro, na localidade de Ermida, em São José do Cerrito recebeu com euforia a notícia.
Instalados há oito anos às margens da BR-282, a família viu seu investimento “esmorecer” nos últimos quatro anos. A falta de energia e os picos de luz comprometeram a eficiência do trabalho. Tanto que a família comprou, no ano passado, um gerador tocado a òleo, investindo R$ 110 mil, cujas parcelas ainda estão sendo pagas.
“Custo mais elevado, mas necessário para atender à demanda dos produtores”, explica um dos sócios-proprietários, Rodrigo Ribeiro, ao frisar que a capacidade de armazenamento passou de 40 mil sacas (milho e soja) para 110 mil sacas.
Os irmãos recebem soja e milho de produtores da região e, além de armazenar, vendem e compram e beneficiam os produtos. Atendem cerca de 400 cadastrados e 150 mil sacos de soja e 60 mil sacos de milho referentes à safra-ano. “Com a possibilidade das mudanças não só o agronegócio será impulsionado. A população, as empresas e o comércio em geral vão ganhar mais tranquilidade”, resume Rodrigo.
A dinâmica
Estão priorizados no Programa Celesc Rural os trechos de ramais rurais muito extensos onde, tecnicamente, necessitava-se equilíbrio de cargas e ramais com turismo rural em crescimento. Plantações próximas à rede foram desviados já na elaboração do projeto.
Investimentos
Só em 2019 a Celesc investirá R$ 65 milhões, que serão aplicados em 1,2 mil quilômetros de rede. O Programa tem duas modalidades: substituição de redes monofásicas por trifásicas e substituição de cabos nus por cabos protegidos. Esse trabalho será realizado em milhares de quilômetros dos municípios catarinenses, e vai atender a um apelo antigo dos pequenos agricultores e produtores rurais do estado.
A implantação dos cabos protegidos vai beneficiar diretamente o agronegócio, que é responsável por cerca de 30% do PIB (Produto Interno Bruto) catarinense. O maior objetivo é promover melhoria no desempenho das redes de distribuição nas áreas rurais, especialmente onde estão localizados os produtores de fumo da região de Ituporanga.