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Cedup de São José do Cerrito completa 70 anos
São José do Cerrito, 24/06/2010, Correio Lageano
Várias atrações estão programadas para marcar o aniversário de 70 anos do Centro de Educação Profissional (Cedup) Caetano Costa, em São José do Cerrito. A programação inicia às 9 horas com missa de ação de graças, festejos e almoço.
A Escola Agrícola conta atualmente com 235 alunos, sendo que 200 são internos e 35 estão matriculados pelo sistema de semi-internato, onde estão incluídas 25 meninas, no curso de Técnico Agropecuário. O diretor da entidade, José Muniz, conta que as atividades do Cedup iniciaram em 24 de junho de 1940, em Lages, onde atualmente funciona o Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV). A transferência para São José do Cerrito ocorreu apenas em 1979.
Muniz explica que o objetivo do curso é formar profissionais que conheçam as atividades de produção vegetal, animal, agroindustrial e paisagística para atender às necessidades de organização e produção dos diversos segmentos da cadeia produtiva do agronegócio, visando a sustentabilidade econômica, ambiental e social.
Para entrar no curso, o aluno passa por uma classificação. “Infelizmente não podemos atender a todos os interessados. Só podemos receber a quantia de alunos que saem”, argumenta Muniz. Segundo ele, no ano passado formaram-se 60 alunos e houve uma procura por 200 vagas. “Procuramos inserir aquele aluno que gosta do campo e que realmente vai aproveitar o curso. Vários critérios são analisados”, ressalta.
Para Muniz, que está na direção da escola há oito anos, o que mudou desde a década de oitenta é a estrutura e a inserção das mulheres. “Quando fiz o curso, havia apenas alojamento masculino, hoje as mulheres ganharam espaço e tivemos que adaptar nossas instalações para recebê-las”, explica. A escola ainda não conta com alojamento feminino, mas já atende as meninas. Outra mudança, segundo o diretor, é a melhora na estrutura. “Nós dividíamos o quarto com 16 pessoas, hoje com o alojamento novo são seis pessoas por quarto. Contamos com internet e TV a cabo. Muita coisa melhorou”, frisa.
Novo abatedouro aguarda equipamentos
Com a estrutura pronta, o novo abatedouro que foi projetado para atender a toda a comunidade de São José do Cerrito, aguarda a compra dos equipamentos para poder entrar em funcionamento.
De acordo com o diretor do Cedup, José Muniz, é necessário um investimento no valor de R$ 650 mil para o início das operações. “R$ 500 mil para os equipamentos e R$ 150 mil para o tratamento de efluentes”, explica. O diretor diz que o único problema é a falta de recursos.
“Estamos aguardando um retorno da Secretaria de Estado da Educação”, comenta. No entanto, na Secretaria do Desenvolvimento Regional em Lages, o secretário João Cardoso, afirmou que não há nenhum recurso previsto para o Cedup este ano.
Outro local que também precisa de investimento é a estrutura do antigo alojamento, onde serão instalados quatro laboratórios: um de solo, um de biologia, um de desenho técnico e um de desenho topográfico. Segundo o diretor, a estrutura precisa sofrer ajustes na parte elétrica, nas divisórias entre outros coisas. “Com dinheiro da própria escola nós fizemos o projeto que custou R$ 3 mil e tivemos a promessa de que haveria a contrapartida, mas ainda não recebemos nada”, argumenta.
A preocupação do diretor é que os equipamentos para a instalação dos laboratórios já foram comprados. “Recebemos a ligação da empresa que venceu a licitação e eles nos informaram que o material já está disponível. O recurso dos equipamentos são do MEC e se a estrutura não for arrumada logo, o material pode retornar”, explica o diretor.De acordo com José Muniz, para arrumar a estrutura do alojamento serão necessários R$ 70 mil.
Da produção à finalização e comercialização do produto
Segundo dados do diretor do Cedup, tudo que é produzido no local é usado para consumo da escola, e o excedente é vendido. “ A quantia produzida e o excedente são controlados por uma cooperativa formada pelos próprios alunos”, diz.
De acordo com Muniz, a produção de milho é de três mil sacas por safra. “O grão é usado como alimento para as galinhas e para o gado, para a produção de ovos, de carne, dos derivados de leite”, explica.
Para o aluno Edson Correia de Quadros, de Anita Garibaldi, que iniciou na escola este ano, o curso é muito bom. “Atende todas as minhas expectativas”, conta. Edson ainda não sabe qual destino irá seguir, mas de acordo com o diretor os alunos trilham três caminhos quando saem do Cedup. “A maioria vai para a universidade, outra parcela segue apenas para o mercado de trabalho, e uma minoria retorna para a propriedade dos pais para recuperá-la”, conta. O processo hoje se inverteu, antigamente poucos alunos seguiam para a universidade”, comenta.
Fotos: Deise Ribeiro