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Casas do condomínio Ponte Grande apresentam problemas de estrutura

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Fotos: Núbia Garcia

O sonho de viver com tranquilidade na casa própria está quase se tornando um pesadelo para as famílias que moram no Condomínio Ponte Grande, em Lages. Passados apenas quatro meses desde a mudança para o local, os moradores relatam que há falhas na rede elétrica, o esgoto transborda em várias casas, as portas de alumínio estragaram, os painéis de energia solar não funcionam e algumas casas foram entregues sem que o vaso sanitário fosse fixado no chão. Além disso, é visível que os paralelepípedos das ruas estão desnivelados.

Ao todo, 200 famílias receberam imóveis neste condomínio, pois suas casas ficavam, na maioria dos casos, em áreas que foram desapropriadas para a construção da Avenida Ponte Grande, que ainda não tem data para sair do papel.

Na casa do aposentado José Aristorídes de Melo, que é síndico do condomínio, algumas tomadas e bocais de lâmpadas, bem como o painel de energia solar, não funcionam. “Além dos problemas nas casas, tem outras coisas como o fato de que o Correios não chega aqui porque nossa rua não tem nem nome e o pessoal precisa caminhar bem longe pra pegar ônibus”, conta.

Segundo Melo, um funcionário (que ele não sabe se é da prefeitura ou da construtora) ficava no condomínio para prestar pequenos reparos solicitados pelos moradores, porém, este serviço não é mais prestado há algumas semanas.

Na próxima quinta-feira (1), acontecerá uma assembleia, para fazer o levantamento de todos os problemas enfrentados pelos moradores e, posteriormente, dar os encaminhamentos possíveis.

Defeitos

Para a auxiliar de cozinha Janete Fernandes, os problemas mais graves são a falta de um ponto de ônibus próximo ao condomínio e os constantes entupimentos do bueiro e da caixa de gordura. Ela trabalha à noite em uma pizzaria, no Centro, e diariamente precisa caminhar cerca de 800 metros para pegar o ônibus na avenida Antônio Ribeiro dos Santos, no Bairro Várzea. “Como é muito longe, é comum eu perder o ônibus e ter que ir a pé. Além disso, não tem segurança nenhuma, porque é escuro pra chegar até lá”, conta.

Os constantes entupimentos do bueiro e da caixa de gordura têm causado problemas, pois quando Janete precisa lavar roupa, a água empoça no seu pátio e invade o terreno de uma vizinha. “Cheguei a ficar vários dias sem lavar roupa pra não prejudicar a vizinha, mas tenho filho pequeno e não tem como passar muitos dias sem lavar. Direto eu desentupo, mas não venço, porque logo entope de novo”, conta.

No terreno da casa de Janete foi aberta uma vala, para tentar resolver os constantes entupimentos da tubulação

Na casa de Terezinha Aparecida, que mora a alguns quarteirões de Janete, os entupimentos também são comuns. Segundo ela, o funcionário responsável pela manutenção do condomínio chegou a fazer um reparo na sua área de serviço, mas não foi suficiente para solucionar o problema.

Além disso, um dos bocais da sala está caindo e as portas da casa entortaram. Na porta da frente, que é grande e dupla, apenas um lado abre, o outro emperrou. A dos fundos entortou e arrasta no chão e, por isso, precisa ser empurrada com força para que feche. “A gente veio para cá com a esperança de que tudo ficasse bem, mas aparece um problema atrás do outro”.

A porta dos fundos da casa de Terezinha está torta e arrasta no chão

Suporte

De acordo com a diretora de Desenvolvimento Habitacional da Secretaria de Assistência Social de Lages, Ana Rita Locatelli, até o dia 16 de outubro profissionais da construtora Melchioretto Sandri Engenharia (empresa responsável pelo empreendimento) ficaram no condomínio para prestar pequenos reparos. A partir desta data, as solicitações de reparos ou reclamações devem ser feitas por um telefone 0800, da Caixa Econômica Federal. Registrada a reclamação, a própria Caixa repassa à construtora, que é acionada para atender à demanda.

“A responsabilidade do município é encaminhar a demanda das famílias para a Caixa, pois não temos responsabilidade nenhuma quanto à construção”, explica. Além disso, segundo Ana Rita, os moradores contam com o suporte oferecido por uma equipe técnico-social da Secretaria de Assistência Social, que està à disposição para prestar esclarecimento e auxiliar com eventuais encaminhamentos.

A reportagem do Correio Lageano procurou a Caixa no fim da tarde de ontem, porém, o funcionário responsável por repassar as informações necessárias já havia encerrado seu expediente.

Falta estrutura para uma linha de ônibus

Procurado pela reportagem, o gerente de tráfego da Transul, Genésio Küster informou que os moradores já solicitaram uma linha de ônibus que atenda ao condomínio Ponte Grande, porém, afirmou que ainda não há estrutura física adequada para que um ônibus passe mais perto do residencial.

A pavimentação da Avenida Ponte Grande não foi concluída e isso interfere na possibilidade de uma linha de ônibus atender aos moradores do condomínio. Além disso, no trecho inicial da via, próximo à Avenida Antônio Ribeiro dos Santos, há paralelepípedos, o que impede a passagem de veículos grandes como um ônibus.

Segundo Küster, para que uma linha seja implementada é preciso que o acesso à nova avenida seja liberado e construído um espaço adequado, onde o ônibus possa fazer o retorno para continuar o trajeto.

Durante uma coletiva de imprensa, realizada no dia 1º de outubro, o vice-prefeito Juliano Polese falou sobre o andamento das obras do Complexo Ponte Grande. Segundo ele, a pavimentação da nova avenida é subdividida em cinco etapas.

A primeira compreende a ligação da nova ponte de o acesso ao condomínio à Rua Cirilo Vieira Ramos e está em execução pela Focus Engenharia. A segunda etapa será a ligação da nova ponte à Avenida Castelo Branco, cujo processo licitatório deve se encerrar em fevereiro de 2019.

A terceira (pavimentação do trecho entre as avenidas Castelo Branco e Presidente Vargas), quarta (pavimentação do trecho entre a Avenida Presidente Vargas e a BR-282) e quinta etapas (pavimentação do trecho de ligação entre a BR-282 e o Bairro Guarujá) ainda não têm previsão para execução.

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