Variedades
Carnaval em Lages: Chance de ter desfile este ano é remota
O Carnaval de Rua em Lages, uma importante opção de lazer e de resgate da cultura do município, corre o risco de não acontecer neste ano. Isso por causa da falta de recursos para as escolas de samba bancarem os custos com fantasias e estruturas para os carros alegóricos. Dirigentes da escolas estudam uma solução para o problema.
O presidente da Liga das Escolas de Samba de Lages e da Escola de Samba Acadêmicos da Brusque, Bashkim Intrizai, adianta que a possibilidade da realização do desfile é remota. Neste sábado (18), dirigentes das agremiações vão realizar uma reunião para baterem o martelo sobre a questão. “O problema é a falta de dinheiro. O desfile este ano tem 99% de chance de não acontecer”, confirma.
O Carnaval de Rua em Lages é uma tradição. A prática expressa parte da cultura local, além de oferecer diversão e alegria para uma boa parte da população. O último desfile oficial, com aporte financeiro do município, ocorreu em 2006. De lá para cá, as escolas de samba e blocos carnavalescos passaram a organizar o desfile com recursos próprios, com a prefeitura oferecendo apenas a estrutura do evento.
No ano passado, quando não houve desfile de rua na cidade, as escolas promoveram a rifa de um automóvel para angariar recursos e garantir o carnaval deste ano. Segundo Bashkim, o dinheiro arrecadado será dividido entre as agremiações, entretanto, a fatia de recursos destinada a cada uma é considerada insuficiente para arcar com as despesas da folia. O custo do Carnaval para cada escola é de cerca de R$ 25 mil.
“Encaminhamos um projeto para buscar recursos na Lei Rouanet, mas ainda não tivemos um retorno. A única salvação é captar recursos nesta lei para realizar o Carnaval.”
Lages possui sete escolas de samba
7 de Setembro, Acadêmicos da Brusque, Princesa Isabel, Protegidos de São Carlos, Unidos da Vila, Unidos do Ritmo Castro Alves e Argemiro Madruga. Cada uma possui cerca de 300 foliões. Além disso, existem vários blocos carnavalescos.
Município não pode repassar dinheiro
O superintendente da Fundação Cultural de Lages, Gilberto Ronconi, explica que o município é parceiro do Carnaval de Rua, porém, tem papel limitado, não podendo repassar recursos financeiros para a realização do desfile. A medida atende a uma recomendação do Ministério Público de Contas.
A orientação é para que o gestor público priorize outras demandas da comunidade, como infraestrutura, saúde e educação, por exemplo. “Somos parceiros do Carnaval, mas não podemos repassar dinheiro às escolas de samba. O que a prefeitura pode oferecer é a estrutura para o desfile, como sistema de som, arquibancadas e banheiros químicos. Alguma coisa a gente pode fazer.”
A recomendação emitida pelo Ministério Público de Contas é para que a administração municipal abstenha-se de realizar qualquer despesa relativa ao Carnaval de rua, seja por meio de contratações diretas, transferências voluntárias, convênios, patrocínios ou qualquer outra forma que implique destinação de recursos públicos para tal finalidade. A medida é baseada no argumento de que é de notório conhecimento que os municípios em geral passam por dificuldades financeiras, exigindo medidas austeras de seus gestores, com vistas a preservar o interesse público.