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Caminhoneiros continuam parados em Lages

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Em Lages, na manhã desta segunda-feira (28), o movimento dos caminhoneiros continua às margens da BR-116. De acordo Ana Paula Mendes, integrante da comissão organizadora da paralisação dos caminhoneiros, as Medidas Provisórias publicadas pelo presidente Michel Temer são insatisfatórias. “Ainda não atendem todas as necessidades da população. A nossa luta é também pela redução dos valores nos combustíveis, e no gás”, afirma.

Ela ressalta que a Medida Provisória, precisa se transformada em lei, para dar segurança aos profissionais que estão parados há oito dias. “Se chegamos até aqui não podemos desistir”. Embora o governo tenha decidido congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro, os manifestantes alegam que esse valor não é suficiente. Alegam que as reivindicações foram atendidas parcialmente, e por isso não há motivo para encerrar a paralisação. 

Os caminhoneiros relatam, que embora a saudade da família aumente a cada dia, não irão desistir. E, que cada não existe um líder do movimento, pois essa conquista é todos . “Estamos lutando pelos brasileiros”.

Ana fala emocionada do acolhimento da população em favor da classe. ” O movimento agradece a colaboração da comunidade lageana, pelas doações como alimentos, agasalhos e cobertores entregues ao nosso piquete”.

Ana enfatiza que na manhã desta segunda, ainda foi liberado uma carga de leite para o Hospital Tereza Ramos, em Lages. Segundo ela, o movimento dos caminhoneiros não tem bandeira política. Que a luta é pela necessidade da população. “O nosso movimento está muito bem organizado. Aqui só tem pessoas que lutam por melhores condições”, defende.

O diretor regional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística, Jorge Flores de Oliveira, está reunido com a Defesa Civil do Estado para discutir as providências a serem tomada em relação ao desabastecimento.

Abcam confirma acordo com governo e pede fim da paralisação

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) confirmou nesta segunda a assinatura do acordo para pôr fim à paralisação dos caminhoneiros autônomos. O governo federal decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro, valor referente ao que seria a retirada do PIS/Cofins e da Cide sobre esse combustível. Depois desse período, o preço do diesel será ajustado mensalmente. Além disso, a alíquota da Cide sobre o diesel será zerada até o final do ano. “A Abcam considera o acordo assinado uma vitória, já que o anterior previa uma redução de apenas 10% por apenas 30 dias. Entretanto, a associação acredita que até dezembro deste ano o governo encontre soluções para que essa redução seja permanente”, informou a associação, em nota.

Ministros que integram o gabinete de monitoramento e representantes da área econômica do governo passaram o dia reunidos, no domingo (27), no Palácio do Planalto, para calcular os impactos do acordo, assinado à noite por lideranças dos caminhoneiros autônomos. “Sendo assim, já que o objetivo foi alcançado, a Abcam pede a todos os caminhoneiros que voltem ao trabalho”, diz a nota da entidade.

Em mensagem, o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, pediu que os caminhoneiros voltem satisfeitos e orgulhosos. “Conseguimos parar este país e sermos reconhecidos pela sociedade brasileira e pelo governo. Nossa manifestação foi única, como nunca ocorreu na história. Seremos lembrados como aqueles que não cederam diante das negativas do governo e da pressão dos empresários do setor. Teremos o reconhecimento da nossa profissão, de que nosso trabalho é primordial para o desenvolvimento deste país. Voltem com a sensação de missão cumprida, mas lembrando que a luta não termina aqui”, disse.