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Cabeludo voador agora pilota uma cadeira odontológica

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Allisson Paulinely dos Santos Silva, de 31 anos, conhecido como Cabelo, está morando em Joinville há dois anos, onde atua como cirurgião-dentista. O piloto lageano teve uma trajetória interessante no automobilismo nas pistas de kartódromos e autódromos do país.

Sem fugir à regra, o Cabeludo Voador iniciou no kart e conquistou muitos títulos chegando a se consagrar campeão catarinense (2003) e vice-campeão da Copa do Brasil (2003). É dono do  recorde da antiga pista Kart Club de Lages, no Bairro Universitário, virou os 680 metros em 28:20 (vinte e oito segundos e 20 centésimos). Depois se graduou e andou com monoposto (fórmula), do qual foi vice-campeão da Fórmula São Paulo em 2006.

O cirurgião-dentista lembra de quando se interessou pelo automobilismo. “Acho que nasci gostando. Não tem como não lembrar aos domingos de manhã, das vitórias do brasileiro Ayrton Senna ao levantar a bandeira do País. Dando orgulho para o nosso povo, um pouco do interesse atribuo a corridas aos domingos. Alisson se dedicou cinco anos e meio de sua vida ao automobilismo, parando em 2006.

Das pistas, ele trouxe disciplina e concentração. “Dentro das pistas: a gente tinha regras a serem cumpridas, estratégias a serem alcançadas e metas estabelecidas. Quando estamos em uma disputa de posição temos milésimos de segundos para estudar uma manobra ou estratégia de ultrapassagem, que te daria a vitória ou jogaria tudo para os ares. Fora das pistas isso me deu planejamento em tudo que faço no meu dia a dia, mesmo nos momentos de tensão e pressão, temos que achar uma saída em segundos, isso me ajudou na minha vida como um todo”, explica.

Quando deixou o esporte, pôde se dedicar aos estudos e à carreira de dentista. Hoje, Alisson não pratica mais, mas não nega que no futuro possa voltar, apesar de admitir que o automobilismo é um esporte caro. “Cada ano que passa, fico assustado com os valores que este esporte está tomando”, argumenta.

O piloto conta que tem saudades da rivalidades entre os pilotos na pista. A briga por milésimos de segundos, o frio na barriga no momento da largada. “Tudo isso tenho saudade. De sentir a adrenalina percorrendo meu corpo, até chegar no acelerador e correr por mais uma vitória”, salienta. Gostava também dos encontros da  família no fim de semana, todo mundo junto torcendo.

Quanto ao que deixou de fazer, não tira o seu sono, só o faz pensar mais. Como afirmou, para se manter no esporte, custa caro. “Gastava-se muito dinheiro para ter pouco reconhecimento e apoiadores. Para chegar às categorias mais alta, temos que desembolsar muitas cifras e sem retorno garantido. Aos poucos, você entende que nem todos vão chegar lá por méritos e talento próprios, mas sim por causa de um bom patrocinador. Mas estou feliz por fazer algo que sempre quis fazer, correr, vencer, ser campeão, quebrar recordes, e correr com grandes nomes como Lucas Di Grassi, Sérgio Jimennis, Luiz Razia, Julio Campos”, explica ao destacar que a trajetória dele no automobilismo foi curta, mas por onde passou, fez alarme: “com méritos que eu tinha nas mãos”.

Admirador do brasileiro Ayrton Senna, quando está a toa, Alisson gosta de relaxar com a esposa Luciana Nunes Rodrigues,  embora garanta que nem sempre possa folgar. “Minha esposa e eu saímos para curtir uma praia, já que moro perto do mar, saímos com os amigos, para visitar os familiares, sempre na correria”, diz ele que ainda não tem filho, mas isso está nos planos futuros. “Ainda estudo montar uma clínica com minha esposa, já que trabalhamos quase na mesma área da saúde, ela Biomédica em Estética Avançada e eu Dentista em Harmonização Orofacial”, revela.

O que você lembra do tempo de corridas que te faz rir?

São tantas emoções, mas uma delas que vem na cabeça foi o campeonato Paulista de Kart, a corrida foi abaixo de chuva. Alinhava com Luiz Razia, ele tinha feito um traçado melhor e saiu da curva mais rápido na reta dos boxes, veio e ficou do meu lado, a curva tinha preferência para ele, eu pensei, vou frear bem lá dentro para não ser ultrapassado, só que chegou no fim dos boxes não tinha como não frear primeiro, e ele com o motor cheio, só vi me passando, pensei: agora perdi a posição, mas ele não conseguiu fazer a curva e foi reto cortando a pista, pulando por cima dos pneus e chegando a passar na frente do líder daquela prova, mas ele acabou quebrando o kart, só deu um chazinho e fui pra minha corrida, bons pegas.

Uma outra no início na minha trajetória tinha um preparador de motor e chassis de Kart, Nilton Dias, conhecido por Secreta, com ele, não tinha problema de dias ruins, mesmo se a coisa tivesse ruim e você pedisse uma piada ele soltava e não parava, uma atrás da outra. Eram momentos bons, de descontração. 

 

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