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Ameaça do coronavírus gera corrida por álcool gel

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Consumidores têm reclamado da falta e do preço abusivo do álcool em gel Foto: Adecir Morais

A ameaça do coronavírus, que está se alastrando pelo Brasil, fez aumentar a procura por álcool gel em Lages, na Serra Catarinense. Muitas pessoas estão procurando o produto para tentar se proteger da doença. Farmácias e supermercados da cidade relatam a falta do produto nas prateleiras, especialmente depois que o risco de propagação da doença aumentou.

Na Farmácia Rosário, no Bairro Coral, a demanda por álcool gel disparou nos últimos dias. Segundo a proprietária da loja, Ana Paula Furlan Vieira, os estoques nas prateleiras se esgotam em pouco tempo.

“A gente também fabrica o produto, mas não estamos dando conta da demanda”, destaca. Ela informa que o estoque sai com facilidade. Segundo ela, é possível vender cerca de 50 frascos em menos de uma hora. 

Proprietário do Supermercado Martendal, Jackson Martendal diz que o produto está faltando nas prateleiras do estabelecimento. “Estamos sem álcool gel desde a última sexta-feira,  os fornecedores não mais entregando os produtos”, enfatiza.

O coordenador do Procon de Lages, Júlio Borba, afirma que a órgão está fiscalizando possíveis abusos de preços. “Na sexta-feira da semana passada, fizemos um monitoramento nas farmácias e constatamos que em mais da metade delas está faltando álcool gel e máscaras e não há perspectiva de reposição dos estoques”, informa.

Ele ressalta que, na semana passada, um fornecedor recebeu 150 caixas com 100 unidades. Com isso, “fizeram um trabalho para restringir a entrega às farmácias, oportunizando a todos a concorrência e uma melhor distribuição dos produtos”, declara.

De acordo com ele, não foi constatada nenhuma prática de preço abusivo e, qualquer informação neste sentido, deve ser levada ao conhecimento do Procon. 

Como comprar

Geralmente, quanto mais fracionado, mais caro o produto fica. Dessa forma, o consumidor deve buscar por embalagens maiores de álcool gel. Tomando como base um frasco com 40 gramas com preço de R$ 8,30, o custo de um litro (789,8 gramas) custaria R$ 163. Frascos de um litro, geralmente são comercializados por menos da metade deste preço.  

 

MPSC alerta que aumento abusivo é crime

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) divulgou nota técnica alertando os fornecedores de produtos hospitalares, farmácias, drogarias, mercados e supermercados, que a elevação injustificada do preço dos produtos voltados à prevenção, à proteção e ao combate contra o coronavírus configura prática abusiva e crime contra o consumidor e a economia popular. O documento também requer a intensificação da fiscalização pelos Procons em todo o Estado.

A nota técnica inclui, de maneira geral, todos os produtos que possam ser usados para evitar a propagação do Covid-19 e destaca, sobretudo, o álcool gel, as máscaras cirúrgicas e máscaras descartáveis elásticas, entendendo como aumento arbitrário de preços qualquer aumento sem fundamento no custo de aquisição, e determina que aqueles estabelecimentos que já tenham elevado os preços retornem aos valores anteriores.

Assinado pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional do Consumidor (CCO), Promotor de Justiça Eduardo Paladino, o documento alerta que a elevação de preços injustificada é uma prática abusiva considerada infração prevista no Código de Defesa do Consumidor, punível desde a esfera administrativa – com aplicação de multa e até mesmo de interdição do estabelecimento – até a criminal, uma vez que configura crime contra o consumidor e a economia popular.

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