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Agressão será investigada pela Polícia Civil

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Foto: Reprodução/ Divulgação

Vídeo de uma briga nas imediações da casa de eventos Mansão, no acesso Norte de Lages, levantou questionamentos sobre de quem é a responsabilidade em manter a ordem. O movimento na região era grande em função do evento Sunset Tardinha e a situação que circula nas redes sociais foi registrada na noite de domingo.

Luis Fernando Campos alugou a Mansão para fazer a festa e explica que não tem nada a ver com a briga, que aconteceu fora do espaço do evento. “A confusão foi na área externa e não podemos interferir”, assegura, ao salientar que se houver incidente dentro do espaço, o pessoal da segurança interfere e leva ao menos um dos envolvidos para fora. “Nunca colocamos, por exemplo, ambos para fora” , afirma.

Sobre o vídeo, comenta que está claro que aconteceu na rua e um dos envolvidos, até comenta “os homens estão ali e aponta”. “As próprias imagens mostram que aconteceu na rua com carros passando”, resume se eximindo de qualquer responsabilidade.

Além disso argumenta que a briga ocorreu quando o portão da boate estava fechado. “O alvará era para até as 22 horas”, explica ele que promoveu a primeira festa aberta assegurando que havia 20 seguranças no local. A Polícia Federal é quem concede alvará para  empresas do setor de segurança privada e orienta a cada um homem para cada 100 pessoas.

A empresa contratada para fazer a segurança da festa calcula que tinha entre 800 a mil pessoas e 20 seguranças fizeram o trabalho. “Superamos o número que a PF determina”, disse o contratante, Luiz

O que diz a PM

No 6º Batalhão da Polícia Militar de Lages a informação é que houve acionamento por meio do 190, às 21h35min, para atender uma denúncia de agressão na Rua Juscelino Kubitscheck de Oliveira, em frente a casa de eventos Mansão. Cerca de dois minutos depois, o Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) chegou ao local e conversou com um homem que afirmou ter sido agredido com socos e chutes por vários indivíduos.  

Ele reconheceu o homem que iniciou a agressão e afirmou não saber o motivo. Os demais envolvidos não foram identificados pela vítima. A polícia fez buscas, mas o suspeito não foi encontrado no local. A guarnição fez o Boletim de Ocorrência, a requisição para exame de corpo delito e informou o fato à Polícia Civil.

A PM precisa ser avisada dando ciência de evento públicos, não de eventos particulares e o ofício deve ser encaminhado sete dias antes. No caso da casa de eventos, a polícia só intervém quando há um possível crime, como no caso, ou denúncia de crime de agressão.

“ Por força normativa há a necessidade de quem promove eventos comunicar a Polícia Militar, que avaliará se a atividade está sujeito à vistoria e expedição de laudo de segurança, sob pena de interdição. Bem como é prudente destacar que a responsabilidade por danos e prejuízos a terceiros é do organizador do evento, o qual está sujeito à responsabilização administrativa, cível e criminal”, explica o tenente-coronel, Alfredo Nogueira dos Santos, comandante do 6º BPM.

Local tem alvará contra incêndio

Os Corpo de Bombeiros é responsável por conceder alvará aos estabelecimentos, um atestado de funcionamento por um ano, desde que o proprietário não faça mudanças no layout da estrutura interna.  “Pode ser vistoriado a qualquer momento”, explica o subcomandante do 5º Batalhão de Bombeiro Militar, capitão Mateus Muniz Corradine.

No que se refere a confusão de domingo à noite, o capitão salienta que sabe que na Mansão acontecem festas regularmente. “O Bombeiro não tem obrigação de fazer fiscalização, mas pode vistoriar quando julgar oportuno”, antecipa, lembrando que se refere à segurança contra incêndio e que não houve nenhuma reclamação nesse sentido. Ele também garantiu que estão planejando operações em Lages em casas noturnas, no ano que vem. “Fiscalizações surpresas”, garante. Atualmente o Corpo de Bombeiros está mobilizado com a Operação Veraneio.   

Reuniões quinzenais do Núcleo de Eventos discutem problemas comuns

A preocupação com confusões nos arredores de bares e casas noturnas motivou a fundação do Núcleo de Eventos em Lages. O grupo funciona há cinco meses e tem como sede a Acil (Associação Empresarial de Lages).

Roberto Willemann de Souza, o Betinho do Bar Container e Larissa Sandri Wojcik, do Galeria Bar estão à frente do projeto que conta com sete membros, seis de bares e um de casa noturna. “Nas reuniões discutimos os problemas em comum”, diz Betinho.

Os encontros são quinzenais e debatidos a boa prática nos bares: controle de portaria, tabulação de tributos, Leis Trabalhistas, Legislação dos Bares e especialmente aproximação dos comerciantes junto aos órgãos reguladores, como a Prefeitura, Polícia Militar e Civil, Secretaria do Meio Ambiente, Vigilância Sanitária, Secretaria de Planejamento e Obras e os Bombeiros. O Núcleo criou um grupo de WhatsApp com a PM e de contato é imediato se houver problemas, o que favorece o atendimento da ocorrência.  

Campanha de conscientização

O núcleo lançou campanha há um mês, intitulada  “Colabore com sua segurança. Não consuma bebidas alcoólicas nas ruas”, com base na evidência de que quem consome as bebidas nessa circunstâncias não são clientes dos bares e casas noturnas, sobretudo porque essas imagens prejudicam os negócios e na rua não há estrutura para inibir o consumo.

“Eles não compram nos estabelecimentos, pois não deixamos que os clientes saiam do bar com bebidas”, argumenta destacando que a intenção é evitar desentendimentos e acúmulo de pessoa nas ruas perto dos espaços como aconteceu no domingo. “Não discutimos sobre o vídeo que rola na internet. Nossa reunião será nesta quinta-feira”, afirma.

Betinho garante que convidou quase todos os donos de bares e casas noturnas de Lages, mas por enquanto poucos aderiram. Membros do núcleo: Bar Container, Galeria Bar, 747, O Barba, Embaixada Bar, Bacharel e a casa noturna Zafira Lounge. “Ano que vem projetamos fazer um festival envolvendo bares e casas noturnas, uma rota com promoções nos estabelecimentos credenciados”.

Betinho é um dos fundadores do Núcleo de Eventos – Foto: Bega Godóy

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