Geral

Violência contra a mulher exige ações efetivas

Published

em

Audiência reuniu diversas autoridades na Câmara de Vereadores de Lages, para debater o tema - Foto: Núbia Garcia

Em 2018, a Polícia Militar de Santa Catarina registrou 19,1 mil atendimentos por violência doméstica em todo o estado. Para se ter uma ideia do quanto este número é alto, o tráfico de drogas, cujo combate é mais intenso e constante, resultou em pouco mais de 10,3 mil ocorrências, no mesmo período. Outro dado alarmante é que, somente no primeiro semestre de 2019, Santa Catarina registrou 28 feminicídios.

Tendo em vista estes dados alarmantes, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) está promovendo audiências públicas com o tema “Violência contra a Mulher e Feminicídio”, em todo o estado. O encontro para debate do tema vai passar por seis municípios e, nesta quinta-feira (28), foi a vez da Câmara de Vereadores de Lages receber a audiência.

A deputada estadual, Marlene Fengler (PSD), foi a propositora das audiências, que aconteceram em Joinville, Florianópolis e Blumenau antes de Lages, e vão passar ainda por Chapecó e Tubarão. Segundo ela, o objetivo é que o tema seja amplamente debatido para que os municípios e o Estado possam se mobilizar e criar redes de apoio às mulheres, a exemplo do que já acontece em Lages, único município de Santa Catarina que tem uma Secretaria de Políticas para a Mulher.

“Precisamos colocar luz sobre este tema, discutir à exaustão e mostrar para a sociedade que este é um problema seríssimo e que nós temos que enfrentar com medidas a curto, médio e longo prazo”, comenta Fengler.

Para ela, tratar o problema na prática, criando as redes de suporte e atenção à mulher, é a medida que deve ser desenvolvida a curto prazo. Já os trabalhos relacionados à educação da população, como o debate do tema em escolas e espaços públicos, a qualificação da rede de apoio e a humanização do atendimento, são estratégias para serem desenvolvidas a médio e longo prazo.

“A gente precisa também que as prefeituras e o Governo do Estado disponibilizem espaços, para que essas mulheres possam ficar quando elas denunciam casos de violência, porque não adianta elas denunciarem e depois terem que voltar para o mesmo ambiente em que vive com o agressor”, comenta, enaltecendo o trabalho desenvolvido pela Secretaria de Políticas para a Mulher de Lages, que mantém uma casa de apoio à mulher vítima de violência.

Qualificação financeira

Fengler destaca que, além de capacitar a rede de apoio e qualificar a oferta de suporte às vítimas de violência doméstica, também é preciso criar programas de qualificação da mão de obra das mulheres. “Muitas mulheres continuam em relações abusivas porque não têm autonomia financeira.

Com isso, se submetem a todo tipo de violência. A gente precisa buscar iniciativas de inserção no mercado de trabalho para que elas possam, uma vez qualificadas, trabalhar e sustentar a si e a suas famílias.

clique para comentar

Deixe uma resposta