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Vício de fumar ficou no passado

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Foto: Freepik/ Divulgação

Há cerca de 15 milhões de fumantes no Brasil, mas o número poderia ser bem maior, já que nos últimos 12 anos o número caiu 40%, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No mundo, ocorrem 7 milhões de mortes por ano devido ao hábito de fumar.

No Brasil, esse número é de 156 mil/ano, uma média de 428 óbitos por dia, o que nos leva a um dado assustador: uma pessoa morre a cada quatro minutos, no país, devido ao cigarro. Mas há aqueles que engrossam as estatísticas de redução de fumantes ao invés de ser mais uma vítima do cigarro.

Foram 30 anos como fumante, sendo que antes de largar o vício, consumia 40 cigarros por dia. Hoje, depois de três anos sem fumar, Luiza Aparecida Silva, 42 anos, não quer mais saber de cigarro. Ao fazer as contas, ela se apavora.

Afinal, gastava por semana, em média, R$ 95, no mês, em torno de R$ 365 para sustentar o vício. Em 30 anos, uma média, já que o consumo dela foi aumentando aos poucos, gastou R$ 130 mil comprando cigarros. Hoje, ela usa o valor que gastava para comprar roupas, calçados, acessórios e outros itens.

Luiza conta que decidiu parar de fumar depois de fazer um tratamento psicológico e para mostrar aos familiares sua mudança de atitude. “Eu fumava demais, esquecia que tinha acendido um e, quando via, tinha um aceso e eu estava segurando outro.”

A falta de ar, a tosse e a dor nos pulmões sumiram cerca de dois anos longe do vício. “Depois que parei, nem gripe eu pego e vivia gripada. Engordei 20 quilos, mesmo assim, não volto a fumar. A vontade era terrível, eu quebrava os dentes de tanto rangê-los. Essas crises de abstinência foram mais fortes nas primeiras semanas que parei.”

Programa antitabagismo

Luiza parou de fumar com a ajuda do programa antitabagismo que funciona em cinco postos de saúde e na Vigilância Epidemiológica do Município. Os grupos trabalham por, aproximadamente, três meses, mas o tempo pode variar. São feitas terapias em grupo, além de tratamento medicamentoso indicado pelo médico da unidade de saúde.

Para ela, os remédios não ajudaram. “A medicação não foi eficaz para mim, como foi a terapia em grupo. Hoje, dependendo do dia, não gosto nem do cheiro de cigarro, em outros dias, sinto vontade.”

Luiza, quando percebeu que começou a engordar, procurou ajuda no posto de saúde do Bairro Guarujá. Os profissionais do programa antitabagismo indicaram para ela ir na academia que há no bairro, pois possui professor para orientar nos exercícios.

A coordenadora do programa, Mauren Farias dos Santos, afirma que o caso de Luiza é o que ocorre na maioria das vezes. De cerca de 60 pessoas que participaram dos últimos grupos, 60% pararam de fumar.

Luiza está três anos longe do vício e não quer saber de voltar a fumar – Foto: Divulgação

Proibição de fumar em locais públicos salvou 15 mil crianças

O tabagismo causa vários tipos de câncer, é responsável por cerca de 10% de todas as doenças cardiovasculares. Quando uma pessoa compra uma carteira de cigarro, tem no verso fotos chocantes com informações sobre alguns dos malefícios de fumar, como impotência sexual, vários tipos de câncer, aborto espontâneo, envelhecimento precoce da pele, trombose, gangrena, infarto, entre outras doenças.

Dados do Ministério da Saúde revelam que no Brasil, 12,1% dos fumantes são homens e 6,9% são mulheres. Outra informação é que 12,3% são pessoas com idades entre 55 a 64 anos. Os números mostram que são os menos escolarizados, que fumam mais, 13% dos fumantes têm até oito anos de estudo.

Segundo uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer e instituições internacionais, a decisão de proibir o fumo, em locais públicos no país, reduziu a quantidade de crianças que morrem. A pesquisa Legislação de Ambientes Livres de Fumaça de Tabaco e Mortalidade Infantil demonstra que, de 2000 e 2016, a implementação das leis evitou a morte de 15.068 crianças com idade inferior a um ano, ou seja, reduziu a taxa de mortalidade infantil.

Os pesquisadores também concluíram que a redução da mortalidade infantil foi maior nos estados que implementaram leis mais restritivas, em relação aos com lei mais permissivas. Caso todos tivessem adotado, desde o início, a proibição total do fumo em locais públicos, outras 10.091 mortes de crianças com idade inferior a um ano teriam sido evitadas de 2000 a 2016.

Fumante passivo

O tabagismo passivo está relacionado a várias doenças em crianças, como asma, bronquite, pneumonia, otites aguda e crônica, assim como com a Síndrome de Morte Súbita na Infância. No mundo, o tabagismo passivo causa cerca de 880 mil mortes por ano, sendo que cerca de 54 mil ocorrem em crianças de zero a quatro anos.

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