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Serra registra aumento de 20% no número de estrangeiros

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Dieulius DeRilus tem como meta trazer sua família do Haiti - Foto: Marcela Ramos

Dentre os três estados do Sul do País, Santa Catarina é o que mais recebe imigrantes. Essa movimentação também é registrada em Lages, onde a Delegacia da Polícia Federal registrou aumento de 20% no número de passaportes emitidos para estrangeiros.

O delegado, Carlos Rocha Sanches, é o responsável pela unidade e explica que o crescimento ocorreu em relação ao mesmo período do ano passado, considerando-se toda a região de abrangência da delegacia. 

Esse aumento foi devido ao prazo de encerramento para fazer o visto, que conforme a Lei de nº 13.445, de 24 de maio de 2017, consta no artigo 5º que haitianos que residiam no Haiti, poderão apresentar requerimento de autorização de residência para acolhida humanitária até dia 20 de novembro deste ano, na Polícia Federal. “Por estarmos no final desse prazo, é um dos motivos que justifica esse aumento da demanda em todo o Estado,” avalia o delegado. 

As cidades mais procuradas pelos estrangeiros são do Meio Oeste do Estado, como Caçador e Videira. Os imigrantes acreditam que a região oferece mais oportunidades de emprego. “Temos uma demanda muito grande (de imigrantes) no estado de Santa Catarina, não é só Lages,” comenta o delegado. 

Brasil é expectativa de uma vida melhor

Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, eles vêm para o Brasil dispostos a trabalhar, pois no Haiti a situação econômica e social é precária. “Eles demonstram que têm condições de ficar e contribuir. Conversei com diretores de empresas, e eles comentam que os haitianos são ótimos funcionários, que pegam junto com a empresa,” conclui Carlos Rocha Sanches. 

Conforme o Ministério da Justiça e Segurança Pública, haitianos, venezuelanos e colombianos são as três principais nacionalidades que migram para o Brasil. O relatório revela que de 2010 a 2018 foram registrados no Brasil 774,2 mil imigrantes, considerando-se todos os amparos legais. Os haitianos figuram como a principal nacionalidade registrada no Brasil e no mercado de trabalho brasileiro.

Haitiano Dieulius DeRilus

Com um sorriso simpático, e um português truncado, o haitiano Dieulius DeRilus, de 30 anos, conta que a vida também não tem sido fácil aqui no Brasil. Deixou sua família, seu lar e sua namorada no Haiti, e veio para o Brasil em 2015, em busca de uma vida melhor.

Primeiro ele foi morar em Rio do Sul, na casa de uns amigos e depois de quase um mês, veio para Lages para trabalhar em uma empresa, mas com a crise econômica, mandaram ele embora. Agora Dieulius trabalha de pizzaiolo, há mais de um ano, e conseguiu trazer sua namorada para Brasil, a qual tem um filho de três meses. 

Ele comenta que sente muita falta da família que ficou no Haiti e que é muito difícil trazê-los ou até mesmo visitá-los. “Estamos vivendo uma vida de muita dificuldade, e trazer minha família é muito difícil, pois sai muito caro. Pretendo visitar eles, mas não tem como, pois o dinheiro que recebo vai para pagar o aluguel, as contas e o alimento para minha namorada e meu filho.” 

Mesmo assim, ele relata que está feliz em seu emprego, onde dá o seu melhor para conseguir seu sustento. Destacou que o respeito com as pessoas é o essencial, e isso fez com que ele permanecesse no trabalho. “Estou muito feliz em trabalhar aqui, minha chefe me trata muito bem.”

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