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Senado decide investigar suposto caso de espionagem contra oposição
Brasília, 23/06/2010, (EFE)
Uma comissão do Senado entrou em acordo nesta quarta-feira para investigar as denúncias publicadas sobre a suposta "espionagem" contra políticos da oposição em meio a campanha para as eleições presidenciais.
A proposta foi formulada pelo PSDB, com base em informações publicadas na imprensa, segundo as quais a "espionagem" foi obra do comando de campanha da candidata Dilma Rousseff (PT).
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a pedido da oposição, decidiu nesta quarta "convidar" o titular da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, a prestar explicações a fim de esclarecer o papel do organismo no suposto caso de espionagem.
Como se trata de um "convite" e não de uma "convocação", o funcionário terá direito a fixar a data de seu comparecimento e, inclusive, se negar a prestar declarações.
O deputado Vanderlei Macris (PSDB), afirmou que as denúncias são "graves", sobretudo porque a "Receita Federal é um órgão do Estado, nem sequer do Governo, e pode ter sido colocada a serviço de um partido, com interesses eleitorais e ilegais".
A oposição, além disso, pretende esclarecer outras denúncias formuladas pelo ex-comissário de Polícia Onézimo Sousa, que acusou o comando de campanha do PT de tentar lhe contratar para forjar informações sobre supostas irregularidades atribuídas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra.
Dilma, que conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, negou todas as acusações e defende que são parte de um "jogo sujo" tramado pela oposição, frente a sua recente alta nas pesquisas de intenção de votos.
Segundo as pesquisas, Dilma deixou para trás a diferença de 15 pontos que chegou a ter com relação a Serra e os dois estão agora empatados, com 37% da preferência dos eleitores.
As eleições serão realizadas no dia 3 de outubro e a campanha começa oficialmente no dia 6 de julho. No entanto, os candidatos já estão envolvidos em disputas judiciais.
A justiça eleitoral, inclusive, aplicou quatro multas contra Lula pelo que julgou "campanha eleitoral antecipada" em favor de Dilma.
Foto: (EFE)