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Sem hospital, atendimentos são feitos em uma unidade de saúde
Referência em psiquiatria, o Hospital São José em Bocaina do Sul está fechado desde 2014. Nesse período, a população de cerca de 3 mil habitantes conta com uma Unidade de Saúde Básica para atendimento. Um grupo de empresários e a direção da Associação São Francisco tenta reabrir o hospital e iniciou o processo de compra, ano passado, e agora aguarda a posição do Governo Estadual em relação ao repasse de verba para dar continuidade a ação.
A secretária de saúde de Bocaina do Sul, Soraia Schlichting explica que desde a interdição, a única Unidade Básica de Saúde (UBS), que fica no Centro opera em horário estendido até às 23 horas. Uma equipe composta por um médico, um enfermeiro e um técnico fazem os primeiros atendimentos e, caso necessite, os pacientes são encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lages.
Ainda segundo ela, o projeto para contratar outro enfermeiro de 20 horas para trabalhar no horário estendido foi aprovado na Câmara de Vereadores recentemente e, logo, o edital de licitação deve ser anunciado. “Assim poderemos manter a farmácia aberta para a realização de algumas medicações”, explica a secretária, ao destacar que o trabalho de mais um profissional evitará que muitas as pessoas tenham que ser atendidas em Lages. “Bocaina do Sul possui uma ambulância e Samu ativos e equipados. Têm profissionais capacitados para atender emergência”, garante.
Soraia conta que o município possui outra Unidade de Saúde Básica equipada, na Localidade de Piurras, mas que nunca foi utilizada e ela está trabalhando para que entre em operação. Porém, precisa contratar outra equipe e um enfermeiro coordenador. “Fica perto da BR-282 e poderá atender pacientes de outras cidades, como Bom Retiro e Rio Rufino e até quem passa pela rodovia. Acolheremos todos”, explica . Os atendimentos são previstos durante a noite com demanda livre, ou seja, não só os casos de emergência, consultas também, especialmente para as pessoas que trabalham e necessitam dos serviços. De acordo com Soraia, não há data de reabertura do hospital São José.
Cerca de R$ 3 milhões de investimentos
O prédio pertence à Mitra Diocesana de Lages. O médico psiquiatra e vice-prefeito de Bocaina do Sul, Valmir Martins Luciano, disse que não tem novidade em relação ao destino do hospital. Ele trabalha para que a cidade volte a ser referência em Psiquiatria. O objetivo dos empresários e da associação é recuperar o prédio para transformar em uma clínica psiquiátrica. Em abril do ano passado, em matéria publicada pelo Correio Lageano, o médico disse que o projeto seria de alto custo e retorno a longo prazo com investimento inicial de cerca de R$ 3 milhões.
Na época, ele destacou que o cuidado com a saúde mental é um desafio e uma necessidade na Serra Catarinense. Além disso,frisou que para construir um hospital psiquiátrico, é preciso espaço para criar atividades para os pacientes, que não devem ficar presos em seus leitos. Os dependentes químicos são a maior demanda da região.
Hospital referência
O prédio foi construído na década de 1960, com recurso proveniente da Alemanha, através do Padre Theodoro Bauschult. O imóvel foi interditado pela Vigilância Sanitária do Estado, em 2014, devido a problemas estruturais, e também nas partes elétrica e hidráulica. Desde então, o hospital São José, que era a referência para atendimentos psiquiátricos na Serra Catarinense, está de portas fechada. Com isso, deixou de atender os pacientes de toda a Serra Catarinense que precisavam de internação e eram encaminhados para Bocaina do Sul. Na época, o prédio tinha capacidade para 70 pacientes, porém, dias antes do fechamento, esse número reduziu para 30.
Obras de recuperação
Após a interdição, segundo Valmir, foi criada a Associação São Francisco, com a intenção de reformar a estrutura e reativar a unidade hospitalar. Além de assumir a responsabilidade da recuperação, a associação também deverá administrar a instituição assim que voltar à ativa. A cobertura e estrutura metálica já passaram por reforma.