Economia e Negócios

Safra do pinhão será reduzida este ano 

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Claudiomar trabalha há oito anos às margens da BR-282, comercializando pinhão  Foto: Marcela Ramos

Liberada no início deste mês, a colheita do pinhão chega acompanhada da previsão de frio intenso, combinação perfeita para quem aprecia os pratos típicos da Serra Catarinense, principalmente aqueles que têm a semente como ingrediente principal. O problema é que a safra deve ser pequena e os preços altos. 

A venda nas margens das rodovias e em alguns supermercados já começou. O vendedor Claudiomar Vanin de Moraes trabalha há oito anos na BR-282, em frente à antiga Agência Regional de Desenvolvimento (ADR). Na tarde de ontem, ele começou suas vendas.

Diz que faça chuva ou faça sol, trabalha 12 horas todos os dias, pois o pinhão é sua principal fonte de renda. O grande problema, segundo ele é que a safra este ano será 80% menor, comparada ao ano passado. “São três anos de safra boa e dois anos de safras ruins”, explica. 

O pinhão é fonte de renda para diversas famílias dos municípios da região da Amures. Claudiomar explica que, em média, ele compra de 200 fornecedores. Atualmente, ele está cobrando R$ 12 por quilo e espera vender entre 50 a 100 quilos por dia. “Este ano não tem como vender mais que no ano passado. Em 2019, a média foi de 30 toneladas, este ano, para chegar a 10 toneladas vai ser muito, devido a falta de pinhão,” lamenta. 

Além da safra reduzida, Claudiomar enfrenta outro problema. Devido ao avanço da pandemia do coronavírus. O Governo do Estado decretou situação de emergência, anunciou restrições e isolamento social. A equipe de trabalho de Claudiomar também foi reduzida. 

A reportagem do Correio Lageano ligou para cinco supermercados de Lages: Angeloni, Alvorada, Martendal, Myatã e Bistek. Dos cinco, apenas o Myatã tinha pinhão disponível, ao valor de R$ 8,99 kg. 

Lei antecipou período da colheita 

Por unanimidade, os deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovaram o Projeto de Lei 139/10, do deputado Antonio Ceron (DEM), que regulamenta a colheita do pinhão em Santa Catarina. O projeto proíbe a colheita do pinhão antes do dia 1º de abril e o transporte e a comercialização antes desta data.

A proposição tem o objetivo de disciplinar a colheita do pinhão no estado, considerando que a norma vigente é a Portaria Normativa 20, do extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), de 1976. Essa portaria proíbe a colheita do pinhão por derrubada de pinhas imaturas antes do dia 15 de abril, data em que tem início o desprendimento das sementes. O descumprimento do disposto nesta Lei incidirá em multa de R$ 500,00.

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