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Rogério Portanova (Rede), candidato ao Governo de Santa Catarina

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Foto: Marcela Ramos

Com um discurso voltado ao meio ambiente e sustentabilidade, o candidato Rogério Silva Portanova, de 60 anos, também concorre ao  governo do estado em Santa Catarina. Ele disputa a majoritária pelo Rede Sustentabilidade, o mesmo partido da presidenciável Marina Silva.

Portanova foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), presidente da Fundação de Meio Ambiente e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É mestre em Direito, doutor em Ciência Política e pós-doutor em Direito do Ambiente. Nunca foi eleito para cargo público e defende desenvolvimento econômico equilibrado, socialmente justo e economicamente viável.

O senhor concorreu várias eleições, mas nunca foi eleito, porque acha que pode se tornar governador?

Por dois motivos, primeiro porque, há 20 anos, eu tinha um programa baseado nas questões ambientais e sustentabilidade. Hoje percebe-se que os problemas ambientais se agravaram, principalmente a questão do aquecimento global. Vemos que a ciência e a realidade caminham na direção de nossas teses e acredito que nossa propostas têm uma boa aceitação. Em segundo lugar, vemos que a candidata  Marina Silva, com a qual tenho uma grande afinidade, tem chance de ir para o segundo turno e é minha grande referência. Por estas razões é que acredito que posso ser governador. Sem contar que tenho experiência administrativa na Fatma e na Fapesc e uma trajetória acadêmica de êxito.

O senhor representa uma partido pequeno no Estado, mas tem uma candidata à Presidência da República. Saiu candidato por acreditar que pode se eleger ou só para dar palanque para a Marina?

As duas coisas. Nosso objetivo maior é consolidar aqui no estado o projeto de ecologia política e de sustentabilidade,  através da Rede Sustentabilidade. Utilizamos a campanha para difundir nossas ideias e dialogar com a sociedade. Também pretendemos reforçar a candidatura de Marina, é a primeira vez que ela concorre com um partido próprio e estamos afinados com as suas ideias. Estamos afastados dos partidos tradicionais, do Centrão, que é um centro de corrupção e da direita lunática que quer a volta do regime militar. Também estamos afastados da direita tradicional que trouxe o país para a crise. Por isso é que estamos nessa luta.

O senhor não está em primeiro nas pesquisas. Caso não consiga chegar ao segundo turno, vai apoiar algum candidato e este apoio será em troca de uma participação no governo?

Em primeiro lugar, as pesquisas mostram que podemos chegar ao segundo turno. Em segundo, não trabalho com hipótese, mas com realidade concreta. Estou disputando uma eleição, não sei quem vai  passar para o segundo turno, mas acredito que dá para chegar. De qualquer forma, não somos dogmáticos e podemos conversar com outras forças políticas, mas pela análise que temos, estas forças não têm um programa que seja compatível com o nossos valores, que é um novo modal de transportes, uma nova matriz energética e inovações tecnológicas. Acredito que é possível chegar, caso contrário, vamos dialogar com nossos eleitores para decidir quem podemos apoiar no segundo turno. Mas jamais vou apoiar um candidato em troca de uma secretaria ou cargo no governo.

Como conciliar questões ambientais com o desenvolvimento econômico?

Precisamos ter um programa de desenvolvimento econômico compatível com o meio ambiente, seja através da economia circular, comércio justo ou economia solidária. O sistema de desenvolvimento de hoje é altamente concentrador de riqueza e predatória, isso não tem mais lugar no mundo. Precisamos de um novo modelo de desenvolvimento capaz de gerar prosperidade para as pessoas. Na área energética o melhor investimento é a energia solar, são mais de 10 bilhões de dólares previsto para os próximos 12 anos só neste setor, não se vê isso nas energia tradicionais.  Nosso principal parceiro comercial hoje é a China que mais produz placas solares no mundo e não temos acordo com este país. No nosso governo, vamos mudar a matriz energética e mostrar que é compatível o meio ambiente com o desenvolvimento econômico. Por isso, nosso programa está baseado nos 17 princípios de desenvolvimento sustentável das Organizações das Nações Unidas (ONU). Vamos fazer na questão da inovação um dos pontos fundamentais de transformação e geração de renda e emprego em Santa Catarina.

Por que as pessoas devem confiar o voto no senhor?

Em primeiro lugar, o eleitor deve fazer uma análise para ver quem são os candidatos e partidos que se apresentam nestas eleições.  Por exclusão, aqueles que geraram a crise estão juntos. Essa é uma das razões pelas quais eu acredito que as pessoas vão olhar e ver coerência em nossa discurso, coragem de enfrentar uma eleição mesmo com pouco recursos e sem alianças com partidos tradicionais. Nossa aliança é com a sociedade.

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