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Relatório qualifica ataque israelense a navio de ação ‘planejada para matar’

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Jerusalém, 29/06/2010, (EFE)

A ONG turca IHH, principal organizadora da frota de ajuda humanitária que foi atacada pelo Exército israelense no final de maio, acredita que o ataque, no qual nove pessoas morreram, foi uma ação "terrorista planejada para matar".

 

"Obviamente o atual Governo israelense realizou um ataque terrorista planejado para matar e motivado apenas pela hostilidade", afirmou nesta terça-feira a organização nas conclusões de seu relatório sobre a abordagem, que aconteceu no dia 31 de maio, em águas internacionais, e foi perpetrada por uma unidade de elite do Exército israelense.

 

O documento, de 42 páginas, repassa os eventos e inclui uma lista com o nome, a origem e a idade dos nove mortos e de 54 pessoas, entre gravemente e levemente feridos.

 

Já sobre o ataque, o texto defende que os soldados israelenses abriram fogo contra os tripulantes de um dos barcos tanto de lanchas como enquanto desciam de um helicóptero.

 

"Os soldados israelenses não abriram fogo contra o navio como sinal de advertência, mas para matar diretamente os civis desarmados que estavam a bordo", afirma o texto, que acrescenta que antes de as tropas tomarem o navio, dois cidadãos turcos já tinham sido mortos, ambos com tiros na cabeça.

 

Segundo o documento, as pessoas que estavam a bordo do barco "viram os soldados israelenses disparar à queima-roupa".

 

"As pessoas começaram a se defender com garrafas de água, cadeiras, pedaços de paus ou qualquer outro objeto que encontravam", e, por isso, três soldados israelenses ficaram feridos, receberam cuidados dos médicos que estavam no barco e tiveram "suas armas jogadas no mar", acrescenta.

 

A ONG explica que, durante a invasão, foi alcançado um acordo com o Exército israelense para que parassem de atirar em troca da entrega de seus três membros feridos, que foi mediado pela deputada israelense de origem palestina Hanin Zoabi.

 

No entanto, segundo o relatório, depois de terem recuperado os feridos, "os soldados israelenses atiraram contra os que tinham entregado" os homens.

 

Em sua conclusão, o documento da IHH pede o fim do bloqueio israelense à Faixa de Gaza, que qualifica de "crime contra a humanidade", e pede que "o povo de Israel e a opinião pública mundial" quebre seu silêncio frente ao ataque e "às políticas da desumana ocupação" dos territórios palestinos.


Foto: (EFE)

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