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Produtores enfrentam queda no valor da saca, apesar da alta do dólar

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Foto: Adecir Morais

A colheita da soja está chegando ao fim, máquinas já colheram 80% da safra. E, apesar da alta do dólar, os produtores da Serra Catarinense, e do restante do Brasil, enfrentam dificuldades para obter um bom preço. Do ano passado para cá, o preço da saca de 60 quilos despencou de R$ 75 para R$ 65 a R$ 67 neste ano.

O embate entre Estado Unidos e China, dois mercados potenciais para o grão brasileiro, afeta em partes o escoamento da safra da Serra Catarinense. A Copercampos utiliza o Porto de São Francisco do Sul para exportar para a China e para países da Europa. Já a Cooperativa do Planalto Serrano (Cooperplan) está com problemas para vender para os Estados Unidos. As duas cooperativas são as que atuam nos municípios serranos.

Em Lages, na Cooperplan, a produção gira em torno de 533 mil sacas ou 32 mil toneladas. Os produtores são de Lages, Capão Alto, Correia Pinto e Campo Belo do Sul. Faltam ainda 10% da colheita. O diretor comercial da cooperativa, Luiz Carlos Uncini, explica que apesar do dólar estar em alta, o preço da saca ainda é baixo, se no ano passado o preço era de R$75, este ano está sendo comercializado a R$ 67.

Na Copercampos, o engenheiro agrônomo e gerente, Jocelito Mattos, comenta que a produção é de 400 mil sacas, ou 24 mil toneladas. Os grãos são escoados pelo porto de São Francisco para Europa e China.

Apesar de possuir apenas 1% do território nacional, Santa Catarina ocupa o 9º lugar na produção de soja no Brasil, produzindo cerca de 2,4 milhões de toneladas. A produção de soja no Estado está em 663.252 há com um rendimento médio de 3.664 kg/ha.

O engenheiro agrônomo e responsável do Programa Grãos da Epagri Lages, James Rodrigo Smaniotto, explica que de modo geral, 80% da soja já foi colhida, restando na lavoura 20%. O período de chuva dos últimos dias deve atrasar um pouco a colheita, mas nada que prejudique a safra, uma vez que a colheita já está em fase final.

Não são esperadas quebras de safra, salvo possíveis exceções de modo localizado. Do ponto de vista climático, pode-se dizer que foi dentro da normalidade, sem grandes períodos de seca e/ou chuvoso”.

Expansão

Municípios como Cerro Negro, Bocaina do Sul, Campo Belo do Sul, Correia Pinto e Lages estão ampliando a área cultivada. Em Lages a expansão se dá principalmente na região da Coxilha Rica. O escoamento será facilitado, principalmente depois da construção de três pontes em concreto e pela pavimentação da estrada que liga a localidade da Vigia, na BR-116, em Capão Alto, a Coxilha Rica.

Precoce

Cerca de 19% da soja precoce plantada para a safra 2018/19 já estava colhida até o dia 31 de janeiro. É o que aponta o levantamento da AgRural. Uma semana antes, a área colhida representava 13% da área, enquanto na mesma época do ano anterior e na média dos últimos cinco anos, era de 6%.

Santa Catarina

Santa Catarina exportou 138,9 mil toneladas de soja em grão, farelo e óleo de soja em fevereiro, um aumento de 152% ante igual período do ano anterior. O faturamento com os embarques ao exterior totalizou US$ 49,2 milhões, mais do que o dobro do obtido em fevereiro de 2018.

Os números constam no Boletim Agropecuário elaborado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). Nos dois primeiros meses de 2019, o Estado embarcou 229,5 mil toneladas ou US$ 85,3 milhões. Segundo o secretário da Agricultura e Pesca do Estado, Ricardo de Gouvêa, o agronegócio responde por grande parte das exportações catarinenses, com destaque para as carnes e o complexo soja.

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