Geral
Prevenção contra a dengue em Lages
Sempre que chove, Marlene Albanaz, de 56 anos, fica alerta com seus vasinhos de bromélias no quintal de casa, isso porque ela tem receio de que estes pontos sejam lugares para criadouros de mosquito da dengue. Quem também faz inspeção em armadilhas colocadas em 617 pontos estratégicos em Lages, é a Vigilância Epidemiológica. O biólogo Márcio Rodrigues da Silva explica que é verificado se houve muito acúmulo de água e também se há foco do mosquito.
Lages, em 2017, não teve foco registrado do mosquito. Porém, o biólogo ressalta a importância de estar sempre cuidando dos produtos que podem acumular água.
A doença?
É uma infecção causada por um vírus, que apresenta quatro sorotipos diferentes. Quem contrair dengue causada por um sorotipo não estará imune aos outros três. Os sintomas são febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele.
A doença pode evoluir para uma forma mais grave e ocasionar sangramento na pele, mucosas, órgãos internos e até levar à morte.
Como se transmite?
A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus. A principal medida é eliminar os criadouros do mosquito. O diagnóstico é realizado por exames laboratoriais ou pela avaliação dos sinais e sintomas apresentados e pela presença da pessoa em áreas com detecção do mosquito transmissor ou com casos de dengue nos 14 dias anteriores ao início do quadro.
No mundo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente com a dengue em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue.
Origem
Acredita-se que o mosquito Aedes aegypti chegou ao Brasil pelos navios negreiros, uma vez que as primeiras aparições do mosquito se deram no continente africano. No início do século XX, o médico Oswaldo Cruz implantou um programa de combate ao mosquito, visando reduzir os casos de febre amarela. Essa medida chegou a eliminar a dengue no país durante a década de 1950. Segundo o Ministério da Saúde a primeira ocorrência no país, ocorreu em 1981-1982 em Boa Vista (PR).
O que fazer?
>>Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
>>Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
>>Mantenha lixeiras tampadas;
>>Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
>>Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água.
>>Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
>>Mantenha ralos fechados e desentupidos;
>>Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana;
>>Retire a água acumulada em lajes;
>>Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;
>>Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito.
>>Para mais informações, procure a Secretaria de Saúde.
Principal medida contra a doença é eliminar focos
O mosquito transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya é o Aedes aegypti. Ele se caracteriza pelo tamanho pequeno, cor marrom médio e por nítida faixa curva branca de cada lado do tórax. Nas patas, apresenta listras brancas.
Quais os hábitos dele?
O Aedes aegypti vive de 35 a 45 dias, alimenta-se, reproduz-se e põe ovos durante o dia. As fêmeas do mosquito picam as pessoas, pois precisam de sangue para amadurecerem os ovos. É nesse momento que pode ocorrer a transmissão das doenças, pois as fêmeas podem estar infectadas pelos vírus.
Ciclo de Reprodução
A fêmea deposita até 100 ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água parada, onde podem durar até um ano e meio. Em contato com a água, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas. Delas, surge o adulto num ciclo de, aproximadamente, 7 dias.
Criadouros
O Aedes aegypti tem como criadouros os mais variados recipientes que possam acumular água parada, domiciliares e peridomiciliares. Os mais comuns são pneus sem uso, latas, garrafas, pratos dos vasos de plantas, caixas d’água descobertas, calhas, piscinas e vasos sanitários sem uso. A fêmea do mosquito pode, também, depositar seus ovos nas paredes internas de bebedouros de animais e em ralos desativados, lajes e em plantas como as bromélias.