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Preço da carne dispara nos supermercados
O aumento da exportação e do consumo interno típico nesta época, além da falta de alimento provocada pela estiagem no Mato Grosso, Estado que mais produz bovinos no país, fizeram o preço da carne disparar.
E isso não deve mudar até janeiro de 2020, pois o consumo com as festas de fim de ano aumenta e, com isso, os preços não tendem a baixar. Nos últimos 12 meses, o preço da carne bovina subiu 40%, e nos últimos dias, a média foi de 5% de aumento, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O consumidor lageano já sentiu o aumento no bolso. Edemilson Carlos Oliveira diz que compra carne a cada 15 dias e escolhe o tipo de acordo com o preço. Com o aumento do preço, ele decidiu comprar mais frango.
Essa mudança de hábito já é conhecida pelo vice-presidente regional da Associação Catarinense de Supermercados, Jackson Martendal. Ele afirma que o consumidor deve consumir mais frango e suíno, com o aumento dos bovinos.
Para ele, a alta do preço foi principalmente devido a estiagem no Mato Grosso e nas regiões produtoras do país. “No fim do ano sempre aumenta o consumo e isso sobe os preços, mas este ano foi maior a subida.”
Um dos fatores que impulsionaram o valor da carne foi o crescimento da exportação. Isso ocorreu porque a China foi atingida no final de 2018 pela peste africana. A doença é contagiosa e é provocada por um vírus que só atinge os porcos.
Por isso, o país precisou fazer um abate sanitário grande e isso fez com que faltasse suínos e o consumo de bovinos aumentasse. ados do Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), apontam que o Brasil exportou, somente neste ano, em torno de 318 mil toneladas de carne bovina, 184 mil toneladas de carne suína e 448 mil toneladas de carne de frango.
Pecuaristas comemoram
Se para os consumidores o aumento do valor da carne é ruim, para os produtores, a valorização vem em boa hora. O presidente do Sindicato Rural de Lages, Márcio Pamplona, afirma que esta alta está represada há cerca de seis anos.
“Teve aumento nos custos, como mão de obra, ração, medicamento e combustível, e muito produtor estava com uma margem de lucro pequena. Uns chegavam a só investir. Então essa alta veio para recuperar o setor.”
Mercado global
O vírus, que não é perigoso para o homem, mas mortal para os porcos, chegou rapidamente a todas as regiões chinesas e provocou prejuízos econômicos significativos ao setor. Ele também fez o preço da carne, muito consumida na China, disparar.
Mais de um ano depois da aparição da doença, no nordeste do país, os criadores ainda têm dúvidas se devem reconstituir suas reservas de animais. Fontes oficiais apontam que mais de um milhão de animais foram sacrificados, mas estimativas é que quantidade foi ainda maior.
O país teve que recorrer a 30.000 toneladas de carne congelada de suas reservas estratégicas. E as autoridades anunciaram que concederão subsídios de até 5 milhões de iuanes (US$ 697 mil) para estimular a produção de grandes criadores de gado. A disputa comercial com os Estados Unidos impede a importação daquele país, fazendo a China buscar o produto em outros mercados, principalmente no Brasil