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Policial atira em rapaz por engano
Lages, 26/05/2010, Correio Lageano
Um policial militar deu um tiro por engano, na cabeça de um motociclista, na madrugada de ontem, no bairro Santa Catarina, em Lages. Maicon da Cruz, 22 anos, está hospitalizado e aguarda cirurgia para retirar a bala alojada entre o olho, o nariz e o cérebro.
O fato ocorreu na rua Santo Antônio, por volta de 1h15min, quando Maicon retornava para casa com o cunhado Cristiano, que estava na emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres. O comandante do 6° Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel, Turíbio Skonieczny, disse que será instaurado inquérito policial militar para apurar os fatos.
A mãe do motociclista, Leonir Terezinha da Cruz, 41 anos, contou que seu filho estava de capacete, mas aquele modelo aberto embaixo. “Quem estava sem capacete era o cunhado do Maicon. Mas o policial não falou nada e atirou. Só depois percebeu que era engano”, relatou Leonir da Cruz.
Ela disse, ainda, que a viatura estava estacionada nas proximidades do Conte e acompanhou à distância a motocicleta. Mas sem ligar o giroflex nem a sirene de alerta. Quando Maicon chegou na esquina de sua casa, desequilibrou e caiu com a motocicleta. Foi nesse instante que o policial desceu da viatura com a arma em punho e, sem mencionar nada, atirou.
O projétil perfurou o rosto de Maicon e se alojou atrás do nariz. Ele permaneceu consciente. “O policial disse que conhecia meu filho e até me pediu desculpas. Foi um engano. Ele permaneceu no hospital quase toda madrugada para saber a situação do Maicon”, contou Leonir da Cruz.
Maicon trabalha numa marmoraria e nunca teve passagem pela polícia, segundo sua mãe. Indagado por familiares da vítima, porque não acionou o giroflex, o policial disse que estava estragado. O modelo e o calibre da arma serão determinados pela perícia, assim que a bala for extraída depois da cirurgia.
O comandante do 6º BPM, tenente-coronel Turíbio Skonieczny, disse que o policial informou que o motociclista estava sem capacete, pouco antes da abordagem houve um comunicado por rádio, de furto de motocicleta e havia suspeita de que fosse aquele caso.
Ele também declarou que a arma foi uma espingarda calibre 12, com munição não letal. E confirmou que foi aberto inquérito policial militar para apurar com precisão as circunstâncias dos fatos para as providências.
Maicon permanece hospitalizado e seu quadro clínico inspira cuidados. É que o local onde o projétil está alojado é uma área que demanda delicada cirurgia. Ele teve parte dos nervos e da musculatura do rosto rompidos pelo disparo.
fotos:Onéris Lopes