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Polícia Civil interdita autoescola de Lages

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Everton Macedo custou a acreditar que havia sido enganado - Foto: Bega Godóy

O anúncio do lacramento da Autoescola Centro de Formação de Condutores (CFC) Lages, ontem, pela Polícia Civil, levou muitos clientes à Rua Otacílio Vieira da Costa, no Centro de Lages. A maioria foi pega de surpresa, e a pergunta mais recorrente é o que fazer a partir de agora e como ficam os processos. A notícia se espalhou e, segundo informações da próprias vítimas, o número de lesados é grande, inclusive do interior de Lages. A investigação começou em fevereiro deste ano.

A Delegada Regional de Polícia, Luciana Rodermel, esteve ontem no local para oficializar a interdição do estabelecimento e orientou quem estava lá. Salientou que em razão de diversos problemas e reclamações das pessoas foi aberto na Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Santa Catarina (Detran) um processo.

Eles estiveram em Lages na semana passada. E na quarta-feira (15) a diretoria do Detran, analisando todos os processos, resolveu suspender as atividades do CFC Lages. “Estamos aqui para interditar o estabelecimento porque estão com as atividades suspensas, ou seja, eles não podem fazer qualquer atividade relativa à formação de condutores”, explica

Quem tem processo em aberto na CFC, seja permissão, adição de categoria ou renovação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) deve procurar a Delegacia Regional da Polícia Civil, a partir de segunda-feira, quando a documentação estará  organizada .

Agentes do Detran fizeram o levantamento dos documentos na autoescola. O material foi levado à Delegacia Regional e lá, cada situação será analisada. “Eles saberão como está o andamento do seu processo e deve decidir se irá procurar outra CFC”, comenta a policial.

O levantamento vai esclarecer a situação de cada aluno e as informações serão repassadas aos candidatos. Quanto ao ressarcimento do que foi pago, Rodermel explica que a Delegacia não vai devolver dinheiro. O que a delegacia vai fazer é resolver o problema com o Detran, ou seja, cadastrar cada candidato que pretende obter a habilitação. “Essa é uma relação comercial entre aluno e o CFC. Se ela vai devolver voluntariamente ou se será preciso acionar judicialmente, cada um vai ter um caminho”, explica.

O executivo do Procon de Lages, Júlio Borba, quando percebeu que denúncias e as reclamações foram se multiplicando, encaminhou ao Ministério Público, à Delegacia Regional de Lages e o Detran/SC. Ele orienta que as pessoas lesadas entrem com ação judicial coletiva ou individual para tentar reaver o que pagaram.

Segundo Júlio, a autoescola cometeu crime de estelionato quando ofereceu um serviço, cobrou por ele e não entregou. De janeiro de 2017 até ontem foram 136 reclamações no órgão. “O Procon fez a denúncia dia 4 de fevereiro à Delegacia Regional e ao MP, um dia depois. Depois disso, mais 39 consumidores fizeram reclamação. A grande maioria ocorreram de outubro para cá”.  

Vítimas

As pessoas se aglomeraram em frente a autoescola. O fechamento foi um golpe para quem estava esperando a CNH para, por exemplo, se efetivar no emprego. Esse é o caso de Emerson Souza, que perdeu o emprego por não apresentar a CNH em tempo hábil. O mais curioso que há processos de mais de ano em andamento. Quem parcelou no cartão ao menos já conseguiu bloquear, caso da moradora de Capão Alto, Patrícia Quilante de Oliveira.  

Quem, por enquanto, ficou no prejuízo é Everton Macedo, que pagou R$ 1.100 pela CNH para carro. Mas há relatos de valores diferentes para o mesmo tipo de serviço. A investigação da PC dirá o montante que a CFC recebeu e o que em tese deverá devolver.

Enquanto aguardavam explicações e a direção do Detran fazia o levantamento da documentação, os clientes ouviram da  proprietária da autoescola, Gilvana Angela Pidott França, que a “ação” do Detran e PC era apenas porque havia mudança de endereço e combinou que eles voltassem no outro dia. O Correio Lageano tentou ouvir sem sucesso a proprietária.

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