Economia e Negócios
Plano Safra não tira produtor do sufoco
São Joaquim, 19 e 20/06/2010, Correio Lageano
O incremento do Governo Federal de um milhão para o Plano Safra 2010/2011 irá ajudar milhares de agricultores em todo o país. De acordo com dados da Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap), o recurso com certeza irá ajudar, mas a solução é apenas a curto prazo.
O secretário executivo da Amap, Josemar Morais, esclarece que em São Joaquim existem cerca de 1100 pequenos produtores de maçã e deste número, cerca de 900 usam dinheiro do Plano Safra por intermédio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf).
Quando o produtor faz o Pronaf ele tem a renovação automática durante cinco anos, desde que faça o pagamento anual na data exata. A maioria dos Pronafs vencem nos meses de agosto e setembro. Segundo Josemar, em São Joaquim, a média de empréstimo dos produtores fica entre 15 e 20 mil.
“Nós últimos anos, a produção não garantiu uma rentabilidade boa e o produtor não conseguiu pagar todos os seus compromissos e acabou utilizando os recursos do Pronaf para este fim. Não é raro, o produtor fazer outros empréstimos para conseguir liberar o recurso novamente, e aí vira uma bola de neve”, argumenta. Para o secretário de Agricultura de São Joaquim, Manoel Nascimento, além dos problemas das safras anteriores também tem a questão da administração dos recursos pelo agricultor. “Nós já discutimos isso inclusive no Colegiado de Desenvolvimento do Território (Codeter).
Muitas vezes o produtor usa o dinheiro de forma errada e quando chega na hora de pagar não tem”, argumenta. Nascimento explica que esta questão é discutida há muito tempo pelo Governo Federal.
Ele esclarece que os recursos para a agricultura têm sido facilitados nos últimos anos. “O Pronaf tem um juro que varia de 2% a 5% ao ano, além disso quando o crédito é para investimento há mais facilidades”, comenta.
No caso da maçã, Josemar ressalta que a situação só será melhor com políticas voltadas para o tema como o preço mínimo, campanhas de marketing, entre outras. “Apenas incremento de recursos não é suficiente”, conclui.
Foto: Arquivo CL