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Planifica SUS: meta é que rede primária resolva 90% dos problemas do paciente
A queda da mortalidade infantil na Serra Catarinense, conquistada por meio do trabalho feito na Rede Cegonha, fez com que a região fosse escolhida para executar o Planifica SUS, que visa melhorar o atendimento na rede primária de saúde.
Durante essa semana, profissionais de saúde dos 18 municípios da região estão passando por qualificação. Segunda-feira (14), eles estiveram reunidos na Uniplac, hoje voltam para suas cidades e na sexta-feira retornam para a universidade trazendo o feedback do aprendizado. No Estado, além da Serra Catarinense, a região do Vale do Itajaí também foi escolhida para executar o programa.
Criado como proposta do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Ministério da Saúde e Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein, o Planifica SUS é um processo de educação permanente, que permite desenvolver habilidades e competências dos profissionais que atuam na atenção à saúde.
Segundo o exposto durante o lançamento, o projeto se propõe a rever a atenção primária e ambulatorial especializada em todos os seus níveis. A expectativa é que 90% das necessidades das pessoas possam ser resolvidas por esses profissionais e somente chegue a atenção ambulatorial especializada, quem de fato precise de serviço.
O Planifica SUS, na Serra Catarinense, se iniciou em julho. As capacitações ocorrem uma vez por mês, durante uma semana e vão até o final do ano que vem, quando os profissionais recebem certificação. Na segunda, representantes dos 18 municípios da Amures, tiveram qualificação sobre como organizar o processo de trabalho e a sala de vacina, entre outros assuntos. Ao todo, 1,750 mil profissionais passarão pelo treinamento.
Um dos objetivos é melhorar o atendimento da gestante, por isso, o ambulatório de atenção especializada do Hospital Tereza Ramos terá uma equipe multiprofissional para deixar o atendimento mais completo.
No local, são acompanhadas as mulheres com gestação de alto risco. Cada município também terá uma unidade modelo para que repassem para todos os órgãos de saúde, as formas ideais de atendimento.
A coordenadora do Planifica SUS no Estado, Débora Rodrigues, conta que o projeto é feito em parceira com o hospital Albert Einsten, de São Paulo. Por isso, duas analistas e uma consultora acompanham o desenvolvimento das atividades.
Queda da mortalidade
Com a implantação da Rede Cegonha, na Serra Catarinense, foi descoberto que um dos fatores da mortalidade infantil era a falta de um pré-natal bem feito. Durante seis anos, foi trabalhado intensivamente este fator e outros que envolvem o atendimento à gestante e à criança, e os índices de mortalidade caíram drasticamente.
De 20 óbitos para cada mil nascidos vivos na região, em 2013, foi para 11.9 mortes em 2018. Em Lages, o índice de 17.9 mortes para cada mil nascidos vivos passou para nove óbitos.
“Um dígito de mortalidade é o que países desenvolvidos conseguem, por isso ganhamos três prêmios, dois pela Organização Panamericana de Saúde e um pelo Estado de Santa Catarina”, conta a coordenadora regional da Rede Cegonha e do Planifica SUS, e também supervisora regional de Lages, da Secretaria de Estado da Saúde, Daniela Rosa de Oliveira.