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Papai Noel: Uma profissão há 12 anos

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Foto: Camila Paes

Os olhares curiosos e, por vezes, desconfiados direcionados para o senhor de barba branca e roupa vermelha, são comuns nesta época do ano. Há crianças que nem pensam duas vezes na hora de correr para o colo do bom-velhinho e fazer um pedido; e tem aquelas que acenam de longe ou só chegam perto do Papai Noel junto com os pais.

Vestir a roupa vermelha, as botas pretas, luvas brancas e manter a barba e o cabelo brancos durante o mês de dezembro é profissão para muita gente. O lageano Ademir Guedes Ribeiro, de 63 anos, já é Papai Noel profissional há 12 anos.

Tudo começou durante um passeio no Litoral Norte Catarinense. Como sempre manteve a barba grande, uma organizadora de um shopping de Balneário Camboriú se interessou pelo biotipo do marceneiro e o convidou para vestir o traje conhecido ao redor do mundo, pela primeira vez.

Ademir já tinha a experiência de como ser um bom-velhinho. No Natal, na casa das filhas, para alegrar as crianças, havia se fantasiado de Papai Noel. Nas primeiras vezes, a barba ainda não estava branca e era preciso pintá-la com graxa branca.

O pequeno lageano Erick Oliveira Gomes, de 8 anos, olhou direto para a vó Rejane Alves de Sá Gomes quando o Papai Noel questionou se ele havia se comportado durante o ano. Antes que a vó respondesse, o menino fez seu pedido de Natal: uma bicicleta. Depois disso, sorriu para uma foto e, então, ganhou um doce do Papai Noel.

André, de quatro anos, com muita vergonha e com a ajuda do pai, pediu uma piscina azul clara. Todo ano a família de Santa Cecília faz registros com o bom-velhinho, como forma de recordação. Neste ano, a foto ganhou mais um integrante, o bebê Gabriel, de três meses.

Experiência

Em sua experiência como Papai Noel, Ademir viveu muitas histórias emocionantes, e não conseguiu controlar a emoção. Uma que nunca se esquece, é da época da enchente em Balneário Camboriú, em 2008. Foi chamado de última hora para substituir outro Papai Noel que havia perdido seus pertences com as inundações.

Estava trabalhando em um shopping no litoral, quando uma família lhe chamou a atenção. Primeiro, um garoto loiro sentou em seu colo e pediu vários presentes. Em seguida, chegou a vez de um menino moreno, que usava óculos de grau, fazer seu pedido. Ao ser questionada, a criança foi enfática: não tinha mais o que pedir, pois havia ganhado uma família. Tinha sido adotado.  

Outras lembranças para Ademir é quando visita asilos. Ele diz que a reação dos idosos é sempre muito genuína e eles ficam emocionados. “Não sei se é porque eles lembram do passado, mas são os que mais se emocionam com a presença do Papai-Noel”, acrescenta ele.

Este é o segundo ano que trabalha como bom-velhinho no Lages Garden Shopping, onde atende crianças com quem tira fotos e entrega doces. Ele ressalta que muitos adultos fazem uma paradinha para cumprimentar o Papai-Noel, mostrando que o espírito natalino vai muito além de acreditar ou não na lenda do entregador de presentes. A vontade de fazer a alegria no Natal das pessoas, que até mesmo as filhas de Ademir participam como elfo – o ajudante na entrega dos presentes – e garota noel.

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