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Os mitos no tratamento da asma

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Foto: Divulgação

A asma pode parecer apenas mais um problema respiratório. Contudo, se não for corretamente tratada, pode levar até a morte. Somente no Brasil, seis pessoas morrem por dia em decorrência da doença. O caso da escritora e roteirista Fernanda Young, que teve uma parada cardíaca no último fim de semana em função de uma crise asmática, chamou a atenção das pessoas para um assunto que ainda é envolto de muitos mitos.

O primeiro deles é o uso de medicamentos. Conforme explica o pneumologista Cássio Rafael de Melo, o tratamento ameniza os sintomas e proporciona uma vida normal ao paciente. Porém, ainda se acredita que utilizar remédios, como as famosas bombinhas, podem agravar os casos de asma ou até desencadear outras doenças, como uma cardiopatia.

O pneumologista destaca que a utilização dos broncodilatadores não desenvolvem doenças cardíacas. O mito da taquicardia causada pelas bombinhas existe porque, de fato, o remédio proporciona um leve aceleramento dos batimentos cardíacos. Mas isso ocorre porque os brônquios voltam a funcionar corretamente. Segundo Melo, a asma por si só já causa taquicardia, devido à redução da capacidade respiratória durante as crises.

Outro mito é de que o tratamento é sazonal. Ou seja, toma-se o medicamento prescrito e, depois de um tempo, para. Essa oscilação na terapia, além de prejudicar o paciente, levando a consequências piores a longo prazo, não permite à pessoa levar uma vida normal. Aí, vive-se com os sintomas – clássicos da asma -, como falta de ar, chiado no peito e tosse.

Dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) apontam que 47% das pessoas diagnosticadas não utilizam a medicação de forma regular e 73% delas não seguem todas as orientações médicas para o controle.

Não bastasse os mitos anteriores, alguns também acreditam que, utilizando os medicamentos, podem ficar em contato com fatores alergênicos. Ao obter o diagnóstico de asma, o paciente precisa manter distância de pêlos, poeira, mofo, fumaça, cigarro, entre outros elementos que irritam o sistema respiratório.

Conforme destaca Melo, ao identificar os fatores, basta fazer o tratamento corretamente, manter hábitos saudáveis – como exercícios, alimentação e hidratação -, para se prevenir das crises e levar uma vida normal, sem sintomas. E, principalmente, evitando a morte.

Asma, o que é?

Transmitida geneticamente, a asma é uma doença provocada por fatores alergênicos que irritam o sistema imunológico, como ácaros, poeira, mofo, fumaça, poluição e algumas substâncias químicas. Esses elementos desencadeiam a inflamação dos músculos pulmonares e aumentam a produção de muco.

O Ministério da Saúde estima que essa dificuldade respiratória acometa 20 milhões de brasileiros, sendo que 20% dos casos são considerados graves, ou seja, os sintomas são mais agressivos e a sensibilidade aos gatilhos da doença é maior. 

Os principais sintomas que caracterizam uma crise são: dificuldade para respirar, chiado no peito, tosse seca, respiração rápida e curta, dor no peito e falta de fôlego depois de praticar exercícios.

Elas incluem a identificação dos fatores externos que desencadeiam o processo inflamatório e o uso de broncodilatadores. Esses remédios, ao serem aspirados, promovem o relaxamento dos músculos pulmonares e normalizam o fluxo de passagem do ar.

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