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Nos EUA, marcas de cigarro terão de publicar em jornais os efeitos do tabagismo
As principais companhias de tabaco dos Estados Unidos (EUA) começarão nesta sexta-feira (24) a publicar anúncios em 50 importantes jornais para “corrigir” as afirmações enganosas feitas durante anos sobre os efeitos do tabagismo. Ação cumpre ordem judicial de 2006. A informação é da Agência EFE.
Em nota, o Departamento de Justiça norte-americano alertou, na quarta, sobre a inundação iminente de anúncios na mídia americana durante o próximo ano. Nesta sexta, 50 dos jornais mais importantes dos EUA, incluindo o Wall Street Journal, New York Times e Washington Post começarão a publicar anúncios de página inteira que devem “esclarecer” ao público os verdadeiros efeitos do tabaco, diz a nota.
As publicações nos jornais serão feitas durante quatro meses. No início da próxima semana e durante um ano, emissoras de televisão de todo país transmitirão esses anúncios. Segundo o Departamento de Justiça, os anúncios vão incluir algumas dessas frases: “Fumar mata, em média, 1,2 mil americanos por dia”; “Fumar é altamente viciante, a nicotina é a droga que causa dependência ao tabaco”; e “As empresas de tabaco projetaram cigarros intencionalmente com nicotina suficiente para criar e manter essa dependência”.
O processo remonta a 1999, quando o governo de Bill Clinton (1993-2001) acusou as companhias de tabaco de conspirar para enganar o público sobre os riscos de fumar e de promover o consumo de tabaco entre adolescentes com campanhas publicitárias que incluíam desenhos animados. As acusações foram baseadas na lei especial contra o crime organizado e organizações corruptas, chamada Rico por sua sigla em inglês, e inicialmente lançada para combater grupos como a máfia.
Como parte desse processo, em 2006, o Tribunal do Distrito de Columbia determinou que as empresas Altria, a sua filial Philip Morris USA e R.J. Reynolds Tobacco que publicassem nos veículos de imprensa dos EUA anúncios para “corrigir” a percepção errada que o público tinha há anos sobre o tabaco. A ordem começará a ser cumprida amanhã, com mais de dez anos de atraso, devido à grande quantidade de recursos interpostos pelas companhias de tabaco.