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No estado a merenda é terceirizada

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Lages, 1º/07/2010, Correio Lageano

 


Há pouco mais de 15 dias o sistema de fornecimento de merenda escolar das escolas estaduais de Lages mudou. Agora uma empresa terceirizada é responsável por fornecer os alimentos. Dentre as mudanças, há o acompanhamento de uma nutricionista, que produz cardápios especiais e diversificados para cuidar da saúde dos alunos.

 


Os estudantes da Escola de Educação Básica Belisário Ramos, no bairro São Cristóvão, receberam bem esta novidade. Quem afirma é a assistente técnico pedagógica da escola, Daniele Girardi.

 


Segundo ela, uma das principais mudanças é em relação à higiene, pois agora é obrigatório o uso de equipamentos e uniformes, como toca, luvas e avental, além do fato de que apenas as cozinheiras são autorizadas a entrar na cozinha. “Com a terceirização, o trabalho da cozinheira se restringe apenas à cozinha, pois antes, quando elas terminavam o serviço da cozinha, saíam para fazer a limpeza do restante da escola”, conta.

 


Daniele destaca que um dos pontos positivos é o fato de que o cardápio é balanceado e especialmente preparado por uma nutricionista. “Isso faz com que a comida seja ainda melhor. A aprovação dos alunos é bem grande”, diz.

 


Ela explica que, como é o estado que paga as refeições para a empresa terceirizada, o número de pessoas que se alimentam é monitorado diariamente. Cada aluno recebe uma ficha verde quando vai buscar a merenda e, ao repetir, recebe uma outra ficha amarela. “As fichas são entregues pelo aluno para um responsável na hora em que eles se servem. É uma forma de controlar os gastos para saber quanto o governo deve repassar para a empresa por cada escola atendida”, explica.

 


A gerente de educação em Lages, Fátima Daboit Ogliari, que é uma das responsáveis pela fiscalização da atuação da empresa nas escolas, garante que há um grande contentamento por parte dos alunos com o novo tipo de merenda. “Estamos servindo uma merenda com qualidade e nutritiva, o que é muito bom para os alunos. O grau de satisfação deles é observado pelo número de repetições”, ressalta.

 


Os gestores escolares, acompanhados por um técnico responsável e por fiscais da Gerência Regional de Educação (Gered), são responsáveis por fiscalizar a quantidade de alimentos, a qualidade do que é servido e quem se alimenta. Fátima explica que, com a mudança, os professores não são mais autorizados a comer a merenda que é preparada para os alunos. “O professor já recebe o vale alimentação mensalmente, que vem na folha de pagamento. O estado repassa a parte dos alunos através da merenda e a parte do professor em dinheiro”, destaca.

 


Alguns pais e alunos apresentaram uma reclamação contra o novo sistema: o desperdício de comida. Quando a empresa entrou nas escolas e começou a servir as merendas, há pouco mais de 15 dias, o que sobrava era jogado fora.

 


A gerente de operações da empresa terceirizada que presta serviço para as escolas, Elizete Maria Furtado, explica que havia sobra porque no início a empresa não sabia exatamente o número de alunos em cada escola e acabava fazendo mais comida que o necessário. “Tínhamos o receio de que faltasse e fazíamos a mais, mas agora já estamos nos adaptando para que não hajam sobras, pois o estado não paga pelo que não é consumido. Futuramente, pretendemos que não haja mais sobras”, explica.

 


Sobre as denúncias de desperdício, pois a comida que sobra não é reaproveitada nem doada, ela explica que isto é uma determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A lei diz que as sobras de alimentos devem ser descartadas e o reaproveitamento é proibido, uma vez que não temos como controlar o que quem recebe faz com o alimento”, afirma.

 


Elizete conta que em cidades onde a merenda terceirizada, as sobras já são doadas para instituições pré-cadastradas. “Nós avaliamos cada uma das instituições que podem vir a receber para ver como vão utilizar os alimentos. Além disso, podem ser doados apenas alimentos não perecíveis”, conta. Ela destaca que ainda vai demorar para que esta ação possa ser aplicada na aqui na região.

 

Foto: Núbia Garcia

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