Coronavírus
“Não há indicativo de caos do coronavírus em SC”, afirma governo
A Secretaria de Estado da Saúde rebateu a informação de que Santa Catarina deve ser o próximo foco do caos da pandemia do novo coronavírus, depois do colapso de Manaus por causa da doença.
A previsão de que o Estado é considerado o próximo local crítico, devido ao avanço do vírus, foi divulgada pela Folha de S. Paulo, após ouvir fontes do Ministério da Saúde.
A justificativa seria o número de casos no Estado, que praticamente dobrou em uma semana, de 20 a 28 de abril, passando de 1.200 para 2.346. O motivo da disparada do número de casos, segundo o jornal, seria a reabertura de setores da economia.
Em nota, o Governo do Estado disse que não “não há no momento nenhum indicativo que respalde” a informação de que SC é o próximo alvo do caos do coronavírus.
Afirmou que, no dia 28 de abril, o painel do governo estadual passou a integrar os sistemas do Ministério da Saúde, dessa forma, os casos confirmados por testes rápidos e os confirmados por critério clínico e vínculo epidemiológico passaram a ser contabilizados, o que explica o aumento de casos dos boletins entre os dias 27 e 28 de abril. A nota não fez referência às datas e aos números citados pelo jornal.
O governo explicou que avalia a projeção de cenários do novo coronavírus de forma constante. “O aumento de casos e óbitos também é um movimento esperado diante do avanço da pandemia.
O Governo de Santa Catarina já criou 343 novos leitos de UTI em hospitais públicos e filantrópicos desde o início da pandemia do novo coronavírus – o que representa 40% a mais da capacidade hospitalar pré-existente no estado. Mas é fundamental que neste momento cada um faça sua parte e, quem puder, fique em casa”.
Na última segunda-feira (4), de acordo com o boletim publicado pelo governo, Santa Catarina tinha 2.623 pacientes com confirmação de infecção pelo novo coronavírus, como 55 mortes.
O número de municípios com casos confirmados era 142. O local com a maior quantidade de pacientes com Covid-19 era Florianópolis, que somava 353 casos. Na sequência, apareciam Blumenau (241), Joinville (204), Chapecó (167), Criciúma (141), Braço do Norte (101), Balneário Camboriú (101), Itajaí (100), Concórdia (93) e Camboriú (74).
Do total de doentes, 112 pacientes estavam em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) nas redes pública e privada em Santa Catarina, entre casos confirmados de Covid-19 (60) e suspeitos (52).
A ocupação de UTIs reservadas para pessoas com infecção por coronavírus pelo Sistema Único de Saúde (SUS) era de 16,7%. Atualmente, são 498 leitos no total. A recuperação evoluiu bem para 215 pacientes que deixaram a UTI e foram para leitos de enfermaria.
Lages vive situação mais confortável
Lages, conforme boletim diário da Secretaria Municipal de Saúde, tinha 39 casos confirmados até a última segunda-feira (4). Deste montante, um total de nove pessoas contraíram o vírus em outros países ou estados do Brasil e 30 no município. Todos os pacientes estão recuperados ou em recuperação em casa.
Com nove casos cada, segundo boletim semanal divulgado no último sábado (2), o Centro e a região dos bairros Sagrado Coração de Jesus e São Cristóvão lideram o número de infectados.
Na sequência, aparecem os bairros Santa Catarina (3), Coral (3), Copacabana (3), Santa Helena (1), Conta Dinheiro, Frei Rogério (1) e Popular (1). Outros quatro infectados eram de “área descoberta” – quando o paciente não tem uma unidade de saúde de referência.
Ontem, o secretário municipal de Saúde de Lages, Claiton Camargo de Souza, disse que, na comparação com as maiores cidades do Estado, Lages tem um baixo número de casos da Civid-19.
Ele afirmou que a cidade não teve nenhum caso grave que necessitou internação ou óbito. “Temos uma situação um pouco mais confortável”, disse, opinando que o aumento do número de casos em SC, conforme o que foi apontado pela Folha de S. Paulo, é o resultado da implementação dos testes rápidos no Estado. Segundo ele, havia subnotificação de casos.
No caso de Lages, ele destacou que o município vem trabalhando com base em dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A cidade, segundo ele, vive um cenário “leve” na escala de projeções da doença, mas isso não significa que população deva relaxar as medidas de prevenção.
Neste contexto, ele alerta que é de suma importância medidas como o isolamento social e o uso de máscara e álcool em gel.
Foto: SC corre risco de caos do Coronavírus_Adecir Morais (13)