Mudança no Ministério da Saúde não afeta serviços em Lages

Depois de muita polêmica, ameaças públicas de demissão e divergências com o presidente Jair Bolsonaro sobre os caminhos tomados para o combate à pandemia do novo coronavírus, o agora ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta anunciou em sua conta oficial no Twitter, na quinta-feira (16) à tarde, que estava deixando o cargo. Em seu lugar, assumiu o médico.

Desde o início da pandemia no Brasil, Mandetta e Bolsonaro discordaram publicamente sobre as medidas a serem adotadas.

Enquanto o ex-ministro se alinhava às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) pela adoção de um isolamento social mais forte, o presidente defendia a abertura do comércio como forma de evitar impactos na economia.

Teich assume o cargo em meio à pandemia que já infectou mais de 30 mil pessoas no país. Em seu primeiro pronunciamento público, ainda na quinta-feira, Teich defendeu um programa de testagem da população para o novo coronavírus, com o objetivo de mapear os infectados e acelerar o fim do isolamento social em vigor no país.

De acordo com a ex-secretária da Saúde de Lages Odila Waldrich (que deixou a pasta recentemente, por causa do período eleitoral), a mudança no Ministério da Saúde não terá impacto nas ações desenvolvidas no combate ao novo coronavírus, que já vinham sendo feitas por aqui, pois o município tem gestão plena na saúde.

Segundo ela, em situações como esta pandemia, o Ministério da Saúde acaba atuando como um orientador, pois os municípios têm autonomia pra criar estratégias que se adéquem a realidade de cada um.

“As decisões políticas são mesmo muito difíceis de serem tomadas, especialmente em épocas como essa. É muito difícil ‘puxar a brasa só pro teu assado’.

O planejamento tem que ser conjunto e a saúde tem que acompanhar a economia”, comenta, ressaltando que Lages continuará, pelo menos por enquanto, defendendo que, a parcela da população que puder, deve permanecer em casa.

                                                            Ex-secretária Odila Waldrich  Foto: Jordana Boscato / Arquivo CL

Situação de Carmen Zanotto em relação ao Sul está indefinida

Desde o início da pandemia no Brasil a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania) tem atuado, em Brasília, em duas frentes ligadas ao combate do novo coronavírus no país: como relatora da Comissão Externa de Acompanhamento das Ações e Combate ao Coronavírus, instituída em fevereiro; e como representante dos três estados do Sul, atuando como mediadora e facilitadora das demandas ligadas ao tema entre secretários municipais e estaduais e o Ministério da Saúde. Por conta disso, ela tem participado de reuniões quase que diariamente na Capital Federal.

Segundo ela, a mudança no ministério não terá impacto nas atividades da comissão externa, porém, quando concedeu a entrevista, na tarde de sexta-feira (17), ainda não havia definições sobre como ficaria sua atuação em relação aos três estados do Sul.

Carmen ressalta que sempre atuou como facilitadora das questões da saúde entre os municípios e o Estado catarinense, independentemente do governo federal que está em exercício.

“Não é novidade pra ninguém que sempre corri atrás, de mesa em mesa, pra fazer as habilitações dos serviços de saúde de Santa Catarina, atendendo à demanda da rede hospitalar do estado, dos secretários municipais e do secretário de estado. Independentemente de quem estava no governo. Não posso dizer como o novo ministro vai conduzir as questões internas do Ministério da Saúde, mas as minhas atribuições com relação à comissão Externa e ao olhar pro nosso estado, não vão mudar em hipótese alguma”, assegura.

                                                                   Deputada Carmen Zanotto   Foto: Câmara Federal / Divulgação