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Morcego é encontrado em uma casa, em Lages
Quando a enfermeira Francine Formiga, que mora no Centro de Lages, próximo à Delegacia Regional, encontrou um morcego no pátio de casa, junto ao seu cachorro, não pensou muito e logo chamou um veterinário para verificar se estava tudo bem com o seu animal de estimação. Em seguida, recolheu o morcego em um vidro e acionou o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
“Vi o morcego perto do meu cachorro e vi quando ele lambeu, cheirou e deu uma empurradinha com a pata. O morcego não voava mais, só caminhava pelo chão”, mesmo sem ter certeza se o cachorro havia mordido o animal silvestre, ou vice-versa, a sua primeira preocupação foi em garantir que a saúde do pet não havia sido prejudicada.
Francine conta que a equipe do Zoonoses a orientou a deixar o cão isolado de outros animais por alguns dias e deixá-lo em observação para ver se não apresentará sintomas de raiva.
Na ânsia de resolver a situação, como ela sabia que as vacinas do cão não estavam em dia, pagou por uma vacina contra a raiva. Porém, ao receber atendimento no CCZ, descobriu que não precisava ter feito isso, pois, nestes casos, o medicamento é ofertado gratuitamente pelo Ministério da Saúde.
Como teve contato com o morcego, independentemente deste ter raiva ou não, o cão precisará fazer a profilaxia, que consiste no procedimento para evitar doenças. Além da vacina contra a raiva que tomou no dia em que teve contato com o morcego, o cão fará mais duas vacinas iguais, uma após sete dias da primeira, e a outra com 30 dias de diferença. A profilaxia também é recomendada para humanos, porém, como Francine não tocou no animal, não precisará fazer o procedimento.
Controle de Zoonoses
O Centro de Controle de Zoonoses é o órgão responsável pelo controle das zoonoses, que são as doenças que podem ser transmitidas de animais para seres humanos. Por isso, sempre que alguém encontrar em sua casa animais como morcegos, cobras ou escorpiões, por exemplo, deve acionar o órgão.
O médico veterinário do CCZ, Mayckon Padilha, explica que não é comum que morcegos apareçam à luz do dia, tampouco que estejam pelo chão. Segundo ele, quando isso acontece, significa que o animal tem algum problema de saúde. Um destes problemas pode ser a raiva, que é transmitida para humanos e também para outros animais, por isso, há a necessidade da profilaxia quando algum humano ou animal tocam em um morcego.
Padilha ressalta que, em Lages, não há registros recentes de transmissão de raiva por mordida de morcego. Além disso, a doença está controlada nos ciclos urbano e rural em todo o Estado de Santa Catarina.
“Nem todo morcego tem raiva, a profilaxia é para prevenir. Como não é hábito do morcego estar no chão, a gente sabe que isso significa que ele está doente. Pode ser qualquer outra doença, mas para prevenir é feito o esquema profilático que consiste em uma observação por 180 dias. Nesse período, tem que ficar na casa dele, e não pode ter contato com outros animais fora do ambiente familiar”, explica.
Orientações
Quando se deparar com um morcego, a orientação dos órgãos de saúde é para que as pessoas não encostem diretamente no animal sem usar alguma proteção nas mãos. O correto é tentar imobilizá-lo, colocando-o em um recipiente (balde, bacia, vidro, caixa, etc.) ou enrolá-lo em um pano e acionar o Centro de Controle de Zoonoses, que recolherá o animal e, posteriormente, fará exames para identificar se ele tem raiva.
Um ser humano que teve contato com qualquer morcego deve procurar, imediatamente, orientação médica na Unidade de Saúde mais próxima. Quando o contato é com animais domésticos, o CCZ também deve ser acionado, para realizar os procedimentos necessários (tanto com o pet, quanto com o morcego).