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Membros de organização criminosa são presos em Lages
ATUALIZAÇÃO 11h39
Pessoas entravam e saiam da Delegacia Regional de Polícia, em Lages, logo depois das 8 horas da manhã desta sexta-feira (1º), de forma tranquila, mas, em um dos corredores que leva ao auditório, um ar de tensão dava uma prévia do que estava acontecendo. Um forte esquema de segurança estava montado nos fundos da delegacia e havia o aviso de alta periculosidade de um grupo de pessoas que estava sendo levado à delegacia.
Trinta e nove homens foram presos entre quinta e sexta-feira (31 e 1º), por integrarem uma facção criminosa estadual. A Operação Xeque-Mate investiga os integrantes desde outubro de 2016. Entre os crimes praticados, todos em Lages, nos anos de 2016, 2017 e 2018 estão de quatro a seis homicídios, tráfico de drogas, aliciamento ao tráfico, crimes contra o patrimônio e roubos. As pessoas foram presas em diferentes bairros da cidade.
Agente penitenciário e assessor parlamentar envolvidos
Entre os presos, estão um agente penitenciário e Edson Augusto Schneider, ex-assessor do vereador Bruno Hartmann (PSDB). O vereador garante que está decepcionado e chateado, e comenta que Edson trabalhou por apenas três meses em seu gabinete, no começo da gestão, em 2017. Hartmann informou que o assessor foi demitido, porque não concordava com as atitudes dele.
A participação do agente penitenciário era facilitar a entrada e a saída de informações e também produtos ilícitos de Presídio Regional de Lages, no Bairro São Cristóvão.
Algumas destas pessoas presas são faccionados vindos do litoral para fortalecer o grupo. “Se aventurou em se envolver em facção criminosa, praticar crime contra o Estado e a população, não tenha dúvida, nosso trabalho é identificar, responsabilizar e encaminhar para a cadeia. Bandido não vai se criar em Lages. É crime permanente e eu não preciso de mandado de prisão para prender, a pessoa chegou do litoral aqui para se faccionar, vai ser preso,” garante o delegado Sérgio Roberto de Sousa, da Divisão de Investigação Criminal.
O delegado explica que a medida em que o inquérito de associação criminosa ia evoluindo, algumas pessoas iam sendo presas em razão do acometimento dos crimes. “Esses elementos já eram investigados em outros inquéritos e, agora, foram trazidos para este inquérito que o Ministério Público realizou a denúncia e o Judiciário decretou a prisão preventiva. Ele trata somente da conduta de ser membro e agir em organização criminosa. Então, foram decretadas 39 prisões preventivas. As prisões foram deflagradas com a participação de 80 policiais, 30 viaturas, policiais civis de todo o Estado”.
Além do crime de tráfico de entorpecentes, o forte deles, segundo o delegado, como quase todas as organizações, era agir para levantar dinheiro com o tráfico. Durante essa investigação, observamos que quase todos tinham envolvimento com o tráfico. Foram apreendidos entorpecentes, balanças, apetrechos para o comércio ilegal. Aquelas situações que ocorreram em flagrante, alguns encontram-se presos desde a época do flagrante, outros conseguiram benefícios legais e hoje estão sendo presos novamentes. O inquérito tem mais de 2.200 páginas.
“Sem dúvida dará um sossego para sociedade. O índice de crimes irá diminuir, crimes de homicídios e de roubos diminuirão. Até os de furto, porque todos os envolvidos aqui são ligados ao tráfico de drogas, então, são menos traficantes nas ruas e significa que os usuários têm menos pessoas para comprar, e são menos furtos porque, normalmente, os viciados em crack não têm condição de comprar e praticam pequenos furtos para levantar dinheiro e adquirir a droga. São menos traficantes, menos usuários e menos danos ao patrimônio”, destacou o delegado.