Economia e Negócios
MEC dispensa concursos para contratar professores temporários
Lages, 31/05/2010, Correio Lageano
O Ministério da Educação (MEC) estará realizando provas para professores que desejam lecionar em caráter temporário nos primeiros anos do ensino fundamental e da educação infantil. Dispensa concurso público municipal.
A ideia surgiu de uma demanda das próprias redes de ensino estaduais e municipais. O professor faz a prova e depois poderá ingressar em diferentes redes que aderirem ao processo de seletivo. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) será o responsável pelo evento.
A secretária da Educação de Lages e representante do Fórum dos Secretários da Serra Catarinense, Sirlei Rodrigues, acredita que a prova “deveria ser para toda a educação básica”. Desta só os professores das séries iniciais e infantil poderão participar”.
Partindo da ideia de realização das provas, os municípios não precisariam fazer concursos públicos para efetivação de professores no período de um ano. Sirlei diz que “para o município será muito bom, pois os concursos públicos geram um custo muito alto para Lages, pois necessitam da contratação de uma empresa responsável para aplicar a prova.”
A preocupação dos professores que estão contratados temporariamente aumenta a cada final de ano, de acordo com Rosangela Aparecida Pinho, professora de literatura há cinco meses na Emeb Frei Bernardino, “o bom do contratado é pelo pouco de estabilidade que proporciona, mas chega no final do ano é sempre aquela preocupação, pois os professores que são efetivos e estão afastados do cargo podem voltar e nós contratados acabamos perdendo nossa oportunidade”.
A secretária da Educação relata estar preocupada, porque este é um ano eleitoral e muita coisa pode ser mudada. “Se o mesmo partido que responde pelo governo federal continuar governando, acredito que terá sequência, e poderá criar provas para outros níveis de ensino, mas caso mude, é complicado determinar o que irá acontecer. Será uma experiência para todos.”
A professora Noeli Correa acredita que a prova de capacitação do MEC não é justa. “Tenho quinze anos de profissão, e acho que deveria ser por tempo de serviço, ou então por provas de título, fico pensando no que acontecerá daqui a alguns anos. Minha filha está iniciando agora como professora, e ninguém sabe o futuro”.
fotos: Susana Küster