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Malinverni Filho recebe a maior honraria cultural catarinense
Quase cinco décadas após a sua morte, o artista plástico Agostinho Malinverni Filho recebeu a mais alta honraria do setor cultural catarinense. O lageano foi um dos oito homenageados com a Medalha de Mérito Cultural Cruz e Sousa 2019, concedida desde 1994, pelo Conselho Estadual de Cultura, a personalidades que constroem ou construíram a arte, a identidade e o patrimônio cultural de Santa Catarina.
Nascido em fevereiro de 1913, Malinverni Filho deixou um legado cultural que é cultivado por sua família até hoje. Na década de 1930, estudou na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro – a mais importante à época, e ao longo de sua trajetória fez exposições e vendeu obras para mais de 40 países, dentre eles França, Alemanha, Inglaterra e Espanha.
A atuação como restaurador das telas do Palácio Itamaraty e a fundação da primeira Escola de Belas Artes do Estado de Santa Catarina, inaugurada em Lages no fim dos anos de 1950, fazem parte do seu legado. Além de ser reconhecido pelas pinturas que retratam as paisagens da Serra Catarinense, nus, marinhas e natureza morta, Malinverni Filho também foi um exímio escultor.
Ele criou estátuas e bustos de diversas personalidades, como os governadores Nereu Ramos e Jorge Lacerda. Seus trabalhos integram a arquitetura de praças em cidades como Lages, Florianópolis e Videira, dentre outros.
O artista morreu em 1971, vítima de câncer no pâncreas. À época, os médicos disseram que a doença foi provocada por intoxicação das tintas que ele usava para pintar, pois costumava trabalhar fechado em seu ateliê.
A casa onde Malinverni Filho viveu foi transformada em museu, em 1985, que é dedicado às memórias de sua vida e ao seu trabalho. Mantida pela Associação Amigos do Museu Malinverni Filho, o local recebe cerca de cinco mil visitas por ano.
A família é a principal responsável por manter vivo o legado de Malinverni Filho. A viúva do artista, Maria do Carmo Malinverni, 93 anos, conta que a entrega da homenagem a fez “sentir que ele não foi esquecido”. “A gente se sente recompensado pela dedicação que temos com a memória dele. Já que a pessoa não foi reconhecida em vida, é importante receber essa homenagem, porque o artista vai embora, mas a sua arte permanece.”
Homenagem
Ao lado do filho, Jonas Malinverni – que também é artista plástico, Maria do Carmo participou da solenidade de entrega da honraria, que aconteceu no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis.
A Medalha de Mérito Cultural Cruz e Sousa foi entregue pelo Conselho Estadual de Cultura a oito pessoas e iniciativas, selecionadas entre 68 indicados pela sociedade civil. Os nomes indicados passaram por avaliação do conselho, que definiu os oito agraciados. Segundo a entidade, eles “representam a diversidade da cultura catarinense”.
Medalha
Criada em 1994, a Medalha de Mérito Cultural Cruz e Sousa leva o nome do poeta catarinense que é considerado o precursor do movimento simbolista no Brasil, João da Cruz e Sousa (1861-1898).
O objetivo da honraria é reconhecer importantes feitos em prol do desenvolvimento cultural de Santa Catarina. A entrega aconteceu no dia 24 de novembro, data de aniversário do poeta catarinense.
Homenageados
- Acyr Osmar de Oliveira
- Darling Quadros
- Lélia Pereira Nunes
- Malinverni Filho (in memoriam)
- Marcondes Marchetti
- Nedi Terezinha Locatelli
- Suzane Albers Araujo
- Teatro Biriba (Pessoa Jurídica)