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Lusiana tem esperança de encontrar a família em Lages

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Lusiana ficará em Santa Catarina por mais uma semana - Foto: Andressa Ramos

Foram mais de onze mil quilômetros percorridos para tentar encontrar respostas às perguntas. Uma história de adoção, amor e muita procura unem Brasil e Israel no coração de Lusiana Goldman.

No mês em que comemora 31 anos de vida, viajou para o Brasil em busca de sua família biológica, ela foi adotada no Paraguai, por um casal israelense, porém, sua cidade de nascimento, na certidão, consta como Lages, na Serra Catarinense. Além da cidade de referência, ela guarda um par de brincos de ouro com pedras verdes que acredita ser de sua mãe biológica.

Lusiana sempre soube que é adotada, mas foi na adolescência que surgiu a vontade de encontrar a família biológica. Aos 18 anos, enquanto verificava  documentos e fazia pesquisas, chegou à conclusão que havia sido vítima de tráfico de crianças. De lá para cá, continua sua procura, mas somente neste ano, teve condições de vir ao Brasil para conhecer o país, a cidade de Lages e até mesmo, quem sabe, reencontrar sua mãe.

Desembarcou no Rio Janeiro na companhia do amigo Lior Vilk, que também vive em Israel e procura, há 12 anos, pelos parentes de sangue. Para Lior, o mais difícil é lidar com a frustração dos negativos de exames.

Os dois passaram pela cidade carioca, depois Lusiana conheceu São Paulo e viajaram para o Litoral Catarinense. Lusiana e Lior chegaram em Lages na noite de quinta-feira (14) e, juntos, conversaram com o Correio Lageano.  

Desde 2017, o CL tem publicado matérias contando suas histórias. Foi depois de uma publicação de Lusiana no Facebook, que o jornal teve conhecimento de sua trajetória. O CL também publicou relatos de outras mulheres que têm a esperança de reencontrar as filhas. Lusiana sabe que nasceu em 1988, mas acredita ter sido levada da cidade onde nasceu três meses mais tarde. “Todos os documentos são falsos, por isso, a dificuldade em localizar os familiares.” Para Lusiana, conhecer os pais biológicos fará com que se sinta mais completa. “Não sinto rancor, só tenho todo o amor do mundo.”

Banco Internacional de DNA

Em Santa Catarina, três mulheres manifestaram interesse em fazer exame de DNA (é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vírus, e que transmitem as características hereditárias de cada ser vivo) com Lusiana.

Porém, Lusiana e Lior explicam que a importância de um exame desse tipo vai além de reconhecer pais e filhos, mas também como forma de localizar outras famílias, pois, quando o exame é feito em laboratório particular e depois de um exame negativo, a história acaba por ali, porém, ela pode continuar e ter um final feliz. Para isso, existe o Banco Internacional de DNA, onde o sistema cruza dados genéticos e de regiões.

Já existem mais de 1,25 milhão de pessoas cadastradas no banco de dados de DNA do MyHeritage e, a cada dia, outras milhares se cadastram. Além disso, o MyHeritage é único entre as três principais empresas de DNA a oferecer a opção de fazer upload de resultados de DNA de outros provedores de teste, e fornece esta opção gratuitamente.

Como você faz o teste_ Será enviado aos participantes aceitos um kit de teste MyHeritage DNA. O teste consiste em um cotonete simples (sem necessidade de sangue ou cuspe) e leva apenas 2 minutos para ser concluído.

Em seguida, envie sua amostra para o laboratório de DNA do MyHeritage para análise. Seus resultados estarão disponíveis em quatro a seis semanas em uma conta on-line segura no MyHeritage, acessível apenas ao participante.

Mães que procuram filhas

Sirlei dos Santos, é natural de Palmeira, teve a filha em Lages, na Maternidade Tereza Ramos, aos 13 anos. O pai de Sirlei não aceitava o nascimento da criança e ela precisou de ajuda de duas amigas para fazer a doação da criança. Em Palmeira, ela entregou a filha para uma família de Brusque.

Segundo ela, uma mulher muito elegante e aparentando ser de muitas posses, foi quem adotou. “Sempre que eu ia para Palmeira eu perguntava como estava minha filha. E as pessoas me diziam que minha filha era linda e que estava muito bem. Os anos passaram e Sirlei passou a perguntar da filha e os conhecidos diziam que ela estaria estudando e estava bem”.

Sirlei teve a filha em maio de 1988. Quando viu a história de Lusiana, teve esperanças de que poderia ser sua filha, afinal, nunca mais teve notícias. “Depois que a Lusiana postou o vídeo, eu não dormi mais, fiquei lembrando do rosto da criança”.

Para Sirlei, por mais completa que sua vida esteja, sempre haverá um vazio no coração pela falta da filha. A mulher que buscou a criança em Palmeira, segundo Sirlei, cometeu suicídio há alguns anos. “Só quero saber para onde minha filha foi, onde está.”

Pela divulgação nas redes sociais, familiares de Bertulina da Silva entraram em contato com o Correio Lageano, pois acreditam que ela possa ser mãe de Lusiana. Bertulina da Silva, de 50 anos, mora em Capão Alto. Na época, ela e o marido saíram da cidade para Lages, para que ele pudesse encontrar emprego.

Em 19 de setembro de 1987, Bertulina deu à luz a uma menina que se chamou Daniele, porém, um casal adotou a criança, trocou o nome e depois disso nunca mais teve informações. Quem fez a negociação de sua filha, foi uma parente. Bertulina acredita que a criança havia sido vendida, já que a mulher surgiu depois de um tempo com um bom dinheiro e roupas diferentes.

 

QR CODE: QR CODE EXAME DNA

LEGENDA: Um site que auxilia família na busca de dados e informações

 

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