Economia e Negócios

Lages tem serviço de referência para surgimento de startups

Published

em

Diretor executivo do Órion Parque, em Lages, Claiton Camargo de Souza - Foto: Camila Paes

Basta uma ideia inovadora e a vontade de fazê-la dar certo, para que uma startup entre no mercado. Mas uma recente pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, revelou que 30% dessas novas empresas fecharam as portas no último ano. Mas o diretor executivo do Órion Parque, em Lages, Claiton Camargo de Souza, alerta que este não é um número negativo, considerando-se as características das startups.

Mas para isso, é preciso entender o que caracteriza essas empresas, que tiveram um boom durante o final da década de 1990. O termo significa, originalmente, um grupo de pessoas trabalhando com uma ideia diferente que, aparentemente, pode fazer dinheiro. Porém, atualmente, a descrição de uma startup foi alterada.

Agora é considerado um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível, ou seja, que possa ser utilizado por um número grande de pessoas em pouco tempo e escalável, com replicações de baixo esforço de seus produtos e trabalhando em condições de extrema incerteza, que significa que não há como afirmar se aquela ideia ou projeto de empresa irá realmente dar certo.

O coordenador regional do Sebrae em Lages, Altenir Agostini, ressalta que as startups são testes de ideias inovadoras e, por isso, são muito flexíveis e podem ser alteradas. Um dos problemas, segundo ele, é a falta de apoio e os recursos escassos para a continuidade dessas novas empresas.

Por isso, ele ressalta a importância de programas como o Sinapse da Inovação, que incentiva o empreendedorismo inovador e oferece recursos financeiros, capacitações e suporte para transformar ideias em empreendimentos de sucesso. Neste ano, Lages foi a terceira cidade no Estado com maior número de projetos inscritos.

Altenir ressalta que é necessário criar um ecossistema de apoio a este setor, dando suporte, como por exemplo, com a criação de aceleradoras de crescimento, editais de financiamento, aporte de recursos. “É o teste de uma ideia, é uma dinâmica diferente”, acrescenta ele.

É assim que o Órion Parque, inaugurado em 2016, oferece suporte no surgimento dessas empresas. Claiton, que é um dos diretores do centro tecnológico, explica que o Órion Lab é um exemplo desse tipo de apoio. Com ele, os grupos, antes que estejam inseridos no centro de inovação, são selecionados para constituírem um plano de negócios e garantir que as empresas se mantenham fortes no mercado.

Claiton revela que, quando um problema aparece, é porque não há planejamento estratégico, financeiro e organização. “É neste sentido que damos orientação, para que não fiquem desamparadas.”

Ele acredita que a chegada do Órion trouxe oportunidade de melhora para os tipos de economias tradicionais, que já temos em Lages. Como é o caso do surgimento de projetos em universidades, que podem ampliar suas pesquisas do meio acadêmico e transformá-las em projetos inovadores.

No último ano, diferentemente dos dados nacionais, o Órion Parque, a principal incubadora da região e uma das mais modernas do Estado, saltou de quatro empresas incubadas para 22. Dezesseis delas surgiram depois da abertura do Órion Lab, edital que fica aberto permanentemente no centro.

Com isso, o diretor acredita que a inovação tem conquistado seu espaço na região, com o incentivo à criação e à permanência das startups. “Começamos a exigir que a região discuta a inovação”, conclui Claiton.