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Lages não adere à greve da Saúde
Lages, 23/06/2010, Correio Lageano
Em assembleia geral realizada na quarta-feira (16) no Cine Ritz, em Florianópolis, os servidores públicos estaduais da saúde aderiram novamente à greve, em resposta ao silêncio do governo em relação à questão salarial.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Santa Catarina (Sindsaúde), Edileuza Garcia Fortuna, que se encontra na Assembleia Legislativa, em Florianópolis, junto com representantes da categoria em busca de negociações, no estado apenas seis municípios, filiados ao Sindicato participam da mobilização.
Destes, apenas quatro já aderiram à greve. Florianópolis, onde há maior concentração de servidores estaduais, e Ibirama, estão com 60% de adesão, Joinville tem 40% dos funcionários parados e em Criciúma, onde os servidores estaduais atuam no Hemocentro, a paralisação foi a escolha de 90% dos trabalhadores do setor.
Lages e Mafra também possuem servidores públicos estaduais e são filiados ao sindicato, entretanto, não aderiram à greve.
A representante do Sindsaúde em Lages, Rita Isabel Gonsalves, explica que Lages não vai aderir à greve até o final da semana porque aguarda uma posição de Florianópolis. "Representantes do sindicato já estiveram com um articulador do governo que nos garantiu que até o final da semana teremos uma resposta”, afirma.
Os servidores pedem para o estado a incorporação do abono salarial, recebido nos meses de fevereiro e maio, em seu salário. O abono corresponde à 16,76% do atual valor salarial. Ontem, representantes de Lages foram a Florianópolis para tentar, juntamente com Edileuza, uma negociação com a Assembleia Legislativa. “Aqui em Lages não aderimos porque esperamos uma resposta positiva até a próxima semana. Caso a resposta seja negativa e nós não venhamos a aderir à greve, os governantes receberão sua resposta nas eleições, em outubro”, diz Rita.
De acordo com o Sindsaúde, o abono corresponde às perdas salariais de abril de 2006 a maio de 2009, e são referentes à inflação do período. De 1º de junho de 2009 até 31 de maio de 2010, a perda já chega a 5,94%. Hoje se o trabalhador da saúde não incorporar o abono, já perde mais de 23% de seu salário. De acordo com o artigo 100 da Lei nº 323, Plano de Carreira e Vencimentos da Saúde, é garantida a revisão salarial anual dos servidores. Desde a aprovação da lei o Governo do Estado não cumpriu nenhum prazo, e as perdas só acumulam. Em novembro do ano passado os servidores estaduais já haviam feito uma paralisação pelo mesmo motivo.
Em Lages, a adesão foi de menos de 30%. “Já ficaram algumas pendências da greve anterior, como os dias que não foram acertados com os grevistas, e este é mais um motivo para ainda não termos aderido”, explica.
Rita admite que há grandes chances de que Lages não participe da greve. “Torcemos para não precisar entrar em greve, assim não nos indispomos com a população”, completa.
Foto: Núbia Garcia