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Lageanos criam bandeja 100% sustentável

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Imagina você comer uma lasanha e jogar a embalagem dela no chão. Isso seria considerado uma porquice e um desleixo com o meio ambiente. Com a criação de uma bandeja 100% reciclável (pode ser transformado em outro produto), compostável (serve como adubo) e biodegradável (se decompõe sozinha), essa atitude agora é possível e sem prejudicar a natureza. A empresa lageana Turma da Árvore, revoluciona o mercado mundial de embalagens com a invenção, que foi lançada ontem, no Órion Parque Tecnológico.

A bandeja feita de polpa de papel com uma resina vegetal patenteada pela empresa, suporta forno até 240º graus, microondas, umidade e água, e aquece igualmente. Não possui em sua composição elementos como trigo, cana e algas, o que é considerado outro ponto positivo, pois o presidente, Alessander Comandolli, explica que a ONU orienta a não usar comida para fabricação, já que há tanta gente passando fome. “Fora esse ponto, a durabilidade da embalagem fica menor. Por exemplo, um produto feito da cana, ao armazenar café, contamina o pó em 60 dias. A nossa bandeja pode guardar por um ano que não contamina.”

Outra qualidade da criação é que, segundo Comandolli, ela é quase 10 vezes mais eficiente do que o plástico. Ele explica que mesmo um item de plástico sem BPA (substância química prejudicial à saúde), causa contaminação de 54 miligramas por quilo de alimento. A bandeja contamina 5,75 miligramas por quilo de alimento. “Esses testes foram feitos na Anvisa. A embalagem não utiliza alumínio, plástico ou qualquer produto que danifique a natureza. Para você ter uma ideia, depois de comermos os alimentos que estão nela, batemos ela com água no liquidificador e podemos regar as plantas.”

A inovação tecnológica despertou interesse de empresas como a JBS, que assinou uma carta de interesse de compra. Porém, isso não faz com que a bandeja seja de uso exclusivo da companhia, presente em 16 países. “Nosso objetivo principal é resolver problemas da humanidade e não de uma empresa. Inclusive, nosso produto vai tornar a lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos (12.305/10) obsoleta. Pela lei, as empresas precisam dar destino sustentável para suas embalagens, o que na prática é difícil de executar, pois o cliente compra o produto.”

Embalagem será produzida no exterior

Através do governo da cidade portuguesa de Belmonte, a Turma da Árvore ganhou um terreno e recebeu auxílio financeiro para construir uma fábrica, que vai custar 10 milhões de euros. “A produção vai atender todos os países da comunidade europeia e também os Estados Unidos. Nosso desejo é ter uma fábrica aqui em Lages, mas para isso é preciso que os governantes nos apoiem.”

O custo da bandeja dependerá do tamanho e do formato. Quanto maior a produção, menor será o valor. Comandolli destaca que mesmo a embalagem sendo 100% sustentável, o valor será igual ou menor do que uma embalagem de isopor, alumínio ou plástico. “Comparamos com 140 embalagens americanas; e todas elas nós ficamos mais baratos ou com preço igual. Então, quem diz que o ecologicamente correto precisa ser mais caro?”

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