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Lageano receberá prêmio nacional por criar tijolos à base de recicláveis

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Os tijolos à base de produto de descarte foram utilizados na construção de uma casa, no Bairro Santa Catarina, em Lages - Foto: Núbia Garcia

O desenvolvimento de tijolos feitos a partir de produtos de descarte do lixo doméstico urbano e industrial garantiu ao engenheiro civil de Lages Caetano Palma Neto um lugar no Prêmio Mútua 2019, um reconhecimento nacional que visa a estimular, desenvolver e aprimorar potenciais empreendedores nas áreas de inovação, modernização, tecnologia, criatividade e sustentabilidade.

Desenvolvida pela Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea – Mútua, a premiação é dividida em três categorias: Estudantes, Profissionais Associados e Associados que Contrataram Benefícios Reembolsáveis com a Mútua. Foram escolhidos os três projetos de maior destaque nacional, um em cada categorias, observando os critérios de avaliação e seleção definidos no regulamento do concurso.

Contemplado na categoria Profissionais Associados, em setembro Caetano participará da 76ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea), em Palmas, no Tocantins, onde receberá o troféu. As outras vencedoras foram a estudante de Engenharia Ambiental Laryssa Souza Alvarenga, do Espírito Santo; e a estudante de Engenharia de Produção Luiza Helena do Vale Correa, do Pará. Os três apresentarão seus trabalhos em Palmas e receberão o troféu do Prêmio Mútua 2019.

O projeto de Caetano transforma lixo secundário (aqueles que não têm destinação, como etiquetas gomadas, embalagens aluminizadas de salgadinho e sacolinhas de lixo) em tijolos para a construção civil. Estes tijolos podem ser utilizados em painéis para forro, divisórias tipo wall, blocos de fechamento e vedação, dentre outros. O projeto dos tijolos começou a ser desenvolvido em 2003 e em 2016, quando o engenheiro esteve a frente da Secretaria da Habitação de Lages, foi o responsável pela primeira casa construída com tijolos feitos de material reciclado.

“Esse tijolo [de reciclável] serve para qualquer coisa, mas suas características são bem superiores [ao tijolo comum]. Tem maior resistência e a forma de aplicação na obra é mais simples, por ele ser um sistema intercalado, por exemplo”, comenta Caetano.

Com equipamento próprio, a capacidade de produção ainda é pequena. Com o maquinário do qual dispõe, é possível fazer quatro mil blocos por dia, produção suficiente para construir uma casa popular. Cada tijolo necessita de dois quilos de recicláveis para ser feito. “Desenvolvi o produto, tenho parte do maquinário, mas preciso de aporte financeiro pra poder ter uma produção em escala industrial. O prêmio é um reconhecimento para os três [vencedores], que dará mídia e visibilidade”.

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