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Incidência do Diabetes tipo 2 cresce na população infanto-juvenil

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Foto: Divulgação

Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revelou que a obesidade atinge uma em cada dez crianças de seis a 10 anos de idade no estado. Apenas em Florianópolis, o sobrepeso chega a 30% de todos os alunos do ensino fundamental.

A maior concentração da população infanto-juvenil acima do peso ideal, de acordo com o levantamento do departamento de Nutrição da UFSC, está na região Oeste do Estado, atingindo um em cada quatro estudantes. Na sequência está a região central, com 9,8% das crianças obesas e 13,5% com sobrepeso, e o Litoral, com 9,3% de índice de obesidade e 13,7% de sobrepeso entre as crianças.

Um estudo, do Imperial College London e da Organização Mundial de Saúde (OMS), revelou que a obesidade entre crianças e adolescentes aumentou dez vezes em apenas quatro décadas no mundo todo. Seguindo essa tendência, a incidência do Diabetes Mellitus tipo 2 também cresceu.

Os dados regionais indicam que as regiões Sul e Sudeste são as que apresentam as taxas mais elevadas. “A criança, em decorrência do excesso de peso, pode apresentar de forma precoce complicações no sistema cardiovascular e metabólico” aponta a endocrinologista pediátrica Myrna Campagnoli, diretora médica do Ghanem Laboratório, da Dasa.

Myrna explica que o diabetes do tipo 2 é uma doença silenciosa em comparação ao tipo 1, por exemplo, que tem início abrupto, com sinais bastante evidentes. Segundo ela, o início da diabetes tipo 2 é traiçoeiro, com sintomas e sinais subjetivos.

Cansaço, desânimo, aumento do apetite, mais urina e mais sede, são alguns dos sinais. O diagnóstico do tipo 2 da doença é clínico e laboratorial. “A partir dos sintomas clínicos e da dosagem da glicemia de jejum é possível identificar a presença ou não do diabetes”, afirma a diretora médica.

O tratamento se baseia em mudanças de hábitos de vida, alimentação saudável e atividade física. “Algumas vezes, faz-se necessário o uso de medicamentos orais ou insulinas, mas quanto melhor o cuidado com os hábitos de vida, melhor o controle glicêmico e muitas vezes a terapia comportamental já é suficiente”, explica Myrna.

Caso o tratamento precoce seja negligenciado, os jovens correm riscos de desenvolver doenças nos rins, alterações oftalmológicas, circulatórias e cardiovasculares. A manutenção de bons hábitos alimentares e atividade física regular são imperativos na prevenção do desenvolvimento do diabetes.

“As consultas pediátricas para avaliação cuidadosa dos parâmetros de crescimento e para exames laboratoriais de rotina contribuem para que medidas possam ser tomadas de forma precoce e assertiva”, finaliza Myrna.

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