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Imigrante ilegal é detido nos EUA após pedir ajuda a Obama, revela jornal
Washington, 19/06/2010, (EFE)
Agentes de imigração dos Estados Unidos detiveram um imigrante ilegal de Camarões depois que sua mulher enviou uma carta ao presidente americano, Barack Obama, na qual pedia sua ajuda para que não o deportassem, revelou neste sábado o jornal "The New York Times".
No dia 3 de junho, os agentes detiveram o imigrante Hervé Fonkou Takoulo, em frente a seu apartamento em Nova York e perguntaram se ele tinha enviado uma carta a Obama.
Quando admitiu que sua mulher, a cidadã americana Caroline Jamieson, tinha escrito a carta, ele foi enviado a um centro de detenção de imigrantes em Nova Jersey, à espera de sua deportação.
No entanto, foi liberado na quinta-feira passada, depois que os jornalistas do "New York Times" começaram questionar o caso.
Representantes do Escritório de Imigração e Alfândegas dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês), que pediram para não ser identificados, admitiram ao jornal que seu pessoal usou a carta "de forma inadequada" para encontrar e prender Takoulo, um engenheiro sem histórico criminal.
Na carta, Caroline explicava que após seu casamento com Takoulo, em 2005, pediu uma permissão de residência para seu marido, que antes tinha solicitado asilo político, mas tinha perdido o caso e que, por isso, um juiz tinha ordenado sua deportação.
Caroline pediu a reabertura do caso para demonstrar que seu casamento era legítimo, o que daria a Takoulo o direito de permanecer nos EUA e, eventualmente, conseguir cidadania americana.
A ICE segue a política de não usar cartas de pedido de ajuda enviadas a políticos como pistas para encontrar imigrantes ilegais, mas, neste caso, a norma foi burlada e ela foi enviada à unidade de busca de fugitivos, segundo o "New York Times".
"Somos da ICE e estamos aqui para te prender, porque o presidente Obama enviou sua carta para revisão, nós a revisamos e a rejeitamos", disseram os agentes a Takoulo no momento de sua detenção, segundo declarações do camaronês ao jornal.
Os representantes da agência que falaram com o "New York Times" disseram que a ICE abriu uma investigação sobre o caso.
Foto: (EFE)