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Ifsc Lages poderá deixar de receber R$ 740 mil em 2019
O Ministério da Educação divulgou, na semana passada, que fará contingenciamento de orçamento nas universidades e institutos federais. Se realmente for mantido, no segundo semestre, o campus de Lages do Instituto Federal de Santa Catarina (Ifsc) terá um corte de 37,18% no orçamento de custeio, deixando de receber R$ 740 mil em 2019, dos R$ 2 milhões previstos para o ano.
Para evitar o desencontro de informações e explicar aos estudantes quais serão os impactos de tal medida, a diretoria do campus Lages promoveu, na quinta-feira (9), reuniões com os alunos, nos três períodos de aula.
De acordo com a instituição, o corte trará prejuízos para algumas atividades de ensino, pesquisa e extensão, além de interferir na continuidade do pagamento de contratos terceirizados de limpeza e segurança, água, luz, insumos para aulas práticas, manutenção para equipamentos laboratoriais e cancelamento de visitas técnicas.
De acordo com o administrador do campus, Geancarlo Vieira Werner, além do corte em custeio (verba para manutenção e funcionamento), também foi anunciado o corte de verba para investimentos (aquisição de equipamentos, por exemplo). Os R$ 365 mil previstos para investimentos no campus Lages têm corte anunciado de 20%, que pode chegar a 80%.
“Esta é uma situação que a gente jamais viveu. Neste tempo em que a instituição existe, a gente já teve cortes anunciados de 20% no orçamento de custeio, mas que acabaram na faixa de 10%. Falar em 37% é algo que extrapola qualquer condição. A nossa maior preocupação é que a gente vê muitas fake news que dizem que esse corte é de recursos que a instituição não precisa, por isso, a nossa ideia foi apresentar os valores aos estudantes”, explica.
Sobre o Ifsc
Inaugurado em 2011, o Ifsc Lages tinha como meta ter 1,2 mil alunos. Hoje tem 1.394 alunos, e oferece cursos de formação inicial e continuada, técnicos, superiores e especializações. A infraestrutura conta com 15 salas de aula, seis laboratórios de informática e 24 laboratórios das áreas de Processos Industriais e Ambiente e Saúde. Ao todo, dispõe de 59 professores e mais de 40 técnicos administrativos.
“São profissionais extremamente capacitados, em especial os professores, pois muitos têm mestrado, doutorado e muita experiência profissional, que ficarão sem condições de mostrar uma atividade prática para os alunos, de ensinar melhor e com mais qualidade”, avalia o diretor em exercício, Vilson Heck Junior.
Ele destaca que os maiores prejudicados com a queda na qualidade de ensino e dos serviços prestados serão os alunos. “[Os cortes] vão inviabilizar a pesquisa e a extensão dentro do campus, atividades que trazem desenvolvimento regional”, lamenta, lembrando que somente em 2018 foram desenvolvidos quase 40 projetos de pesquisa e extensão. O Ifsc também mantém uma unidade em Urupema.