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Homem é baleado por sargento
Lages, 16/06/2010, Correio Lageano
Um sargento do 5° Batalhão do Corpo de Bombeiros é suspeito de ter atirado em um homem, segunda-feira, ao meio-dia. A vítima, moradora do bairro da Várzea, permanecia hospitalizada, ontem, em estado grave.
O operário de reciclagem, Gilmar Antônio Pires de Jesus, 25 anos, foi baleado no pescoço, dentro do pátio da casa de sua mãe, a aposentada Jurema Ramos Pires, 64 anos, moradora da rua Farias de Brito.
O sargento dos bombeiros ainda chamou o Auto Socorro de Urgência (ASU) e fugiu antes da chegada da Polícia Militar. Ele se apresentou na 2ª Delegacia de Polícia e responderá em liberdade.
A aposentada relatou que eram por volta de 11h45min, quando seu filho chegou em casa. Do portão gritou por socorro. Junto entrou um homem com arma em punho e outro que o acompanhava. Eles cercaram Gilmar e fecharam o portão. “Eu pedi pelo amor de Deus que não atirasse. Ele dizia que era da Polícia Civil”, contou Jurema Pires.
Em determinado momento o sargento desferiu um tapa no rosto de Gilmar e puxou o gatilho da arma. O disparo à queima-roupa atingiu o pescoço de Gilmar, que caiu na calçada. Ele agonizou por cerca de 15 minutos com rompimento parcial da artéria carótida. O homem que estava junto com o militar saiu correndo.
Jurema Pires disse que pediu ao homem que estava armado para não atirar e se fosse alguma dívida ela pagaria. “Ele atirou em meu filho na minha frente e não pude fazer nada. Foi a maior humilhação de minha vida. A calçada ficou grossa de tanto sangue”, relatou. Ela disse que não sabe o motivo por que o sargento invadiu sua casa para tentar matar seu filho.
Gilmar foi levado para o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres e foi operado. Ontem ele continuava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e corria risco de morte.
Informações não oficiais são de que Gilmar teria furtado na casa do sargento. Mas para Jurema Pires, nem isso justificaria a tentativa de homicídio. O militar continua trabalhando normalmente, pois o crime ocorreu fora do horário de serviço e ele entregou a arma e se apresentou ao delegado César Talon.
Um inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias oficiais dos fatos. O que deixou a aposentada indignada é que seu filho não teve tempo para falar nada, nem de se defender. “Ele atirou no rapaz como se fosse um animal”, relatou Jurema Pires.
Fotos: Onéris Lopes e divulgação