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Há mais de um ano, trechos estão sem sinalização
A recuperação do trecho da BR-282 entre o Km 114, próximo a Alfredo Wagner, até o km 325, trevo da BR-470, em Campos Novos, foi concluída em março de 2018. A Sul Catarinense foi a empresa responsável pela pavimentação, já a sinalização horizontal começou a ser feita por outra empresa, no segundo semestre, mas a tinta usada deu problema e o trabalho está sendo refeito. Enquanto isso, quase um ano depois, os usuários da via que é cheia de longas retas e curvas acentuadas, se desdobram na atenção, no sentido de evitar acidentes, sobretudo porque há trechos sujeitos a neblina e, sem sinalização em alguns pontos, resta ao motorista seguir o seu instinto. O novo prazo para entregar da obra é março deste ano, ao menos, entre Lages e Florianópolis.
“Existia uma sinalização provisória, uma linha contínua em amarelo no eixo da pista servindo de divisão das faixas de tráfego e já era para ter concluído em dezembro, mas atrasou o cronograma deles”, explica o engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da unidade de Lages, Ênio Spieker.
Segundo ele, a empresa começou a sinalização em São José e está subindo. Primeiro é feita a pintura acrílica em trechos de retas e curvas com maior ou menor problema e o trabalho está bem avançado. “Já fizeram um trecho aqui na unidade de Lages e está praticamente pronta a parte de acrílico. Acho que mais uma ou duas semanas estará terminando,” assegura.
Ainda conforme o engenheiro, nas curvas mais acentuadas, será usada uma pintura com massa de alto relevo que dá sensação de maior segurança. “Não é uma tecnologia nova. O Dnit está usando há alguns anos. Na unidade de Lages tem algumas curvas que foram pintadas com ela, a exemplo dos quilômetros 116, 118 e 120. “Quando o carro passa por cima, ele dá uma tremida. O contato da roda com essa massa produz um barulho que alerta o motorista que ele está saindo da faixa”, explica. Além disso, a refletividade é mais eficiente, pois aumenta a segurança nos pontos (curvas).
Passeio pela BR
Nossa reportagem percorreu parte da via e, no sentido litoral, ainda no perímetro urbano, próximo à entrada da Agência de Desenvolvimento Regional de Lages, há um trecho sem nenhuma sinalização horizontal, igual situação é encontrada no Km 214 e numa curva.
O engenheiro Enio Spieker reconhece que a falta de sinalização atrapalha o motorista e pode até causar acidentes, assim como admite que é perigoso, principalmente, para quem não conhece a estrada.
No entanto, ele contrapõe ao usar dados da Polícia Rodoviária Federal, que apontam que os acidentes mais frequentes na BR-282, uma das mais violentas de Santa Catarina, são provocados por excesso de velocidade ultrapassagens indevidas e motoristas embriagados. “A BR-282 tem quase o dobro da extensão da BR-101 (em SC), então, já estão comparando duas coisas diferentes. Os tráfegos são totalmente diferentes. Não dá para simplesmente pegar um número assim e comparar. É uma maneira de se trabalhar, mas não necessariamente a mais correta. Por exemplo, na 282, as duas maiores ocorrências de acidentes são na Via Expressa, em Florianópolis, que deve registrar quase a metade dessas mortes. Outro ponto crítico é na travessia de Chapecó, que também tem um alto índice de acidentes”, argumenta, ao lembrar que sem a sinalização sabe-se que o problema é muito grande, principalmente no inverno, quando ocorre neblina.
“Até março, no máximo, já estará todo pronto esse trecho aqui de pintura. Inclusive, com colocação de tachinhas”, garante.
De Lages a Florianópolis, estará toda a sinalização pronta. De Lages sentido Oeste, a empresa dará sequência aos trabalhos, mas vai depender do empenho (liberação de dinheiro) do Governo Federal. “As placas verticais também serão mudadas. Para isso, depende de Brasília liberar o dinheiro. Assim que for liberado, a gente dá ordem para a empresa fazer o trabalho da colocação das placas também,” afirma.
Sinalização
Para a segunda parte da obra (sinalização), o Governo Federal tem um programa específico. Trata-se do Programa BR Legal. As Unidades do Dnit de Lages, São José e Tubarão recebem o serviço integrado no mesmo contrato. Antes de começar a pintura, outros procedimentos foram feitos como marcação de trevos, colocação de tachas refletivas, linhas de parada, bordas, faixa dupla, entre outros itens. Por isso, a demora, segundo observa o engenheiro do Dnit.
O trecho de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de Lages compreende 211 quilômetros, e 35% estão com sinalização provisória.
Trabalho refeito
Sobre a pintura refeita , o engenheiro disse que o Dnit não vai pagar um real a mais por isso. Agora, está sendo usada uma tinta com a qualidade do pavimento e por causa da umidade a outra tinta não aderiu ao asfalto, tendo descascado por causa do intenso tráfego.
Números
A BR- 282 tem extensão de cerca de 680 quilômetros e passam por ela, diariamente, entre 4 a 15 mil veículos na temporada