Geral

Gerson nega que tenha refutado o apoio do MDB

Published

em

Foto: Divulgação

Uma semana depois de ocorrida a eleição na Câmara, onde, até então, o candidato do PSD, Gerson dos Santos, era tido como favorito na disputa pela presidência da Casa, ele decidiu narrar exatamente o que aconteceu, onde o processo teve um revés e Vone Scheuermann (MDB) acabou se elegendo. Para começar, Gerson nega que tenha rejeitado o apoio do MDB, quando os vereadores do partido vieram a ele pedir espaço na mesa.

Você já esperava que a bancada de oposição também disputasse a eleição da Câmara?

Gerson dos Santos – Não esperava. De fato nós construímos isso desde o início do mandato. Não com partidos, mas com pessoas. O que me deixa mais triste é que as pessoas não cumprem com sua palavra, É difícil para eu entender isso. O jogo da política a gente entende, mas não quando faltam com a palavra.

Quem foi que lhe faltou com a palavra?

Tiveram três ou quatro vereadores que faltam com a palavra, mas especialmente dois faltaram demais com o que tinham prometido. Entendo perfeitamente o jogo da política, brigar por cargo, brigar por espaço faz parte do jogo, mas isso não consigo entender. O que não consegui digerir bem ainda.

Você diria o nome dos vereadores a que se refere?

Prefiro não fazer, em nome da governabilidade, pois precisamos dela pelo bem da cidade.

Acha que se repetiu agora o que aconteceu ainda no mandato anterior, quando faltou apoio do MDB para lhe garantir a presidência da casa?

Foram situações diferentes. Naquela ocasião foi o partido influenciando, através do Benjamin (Schultz), do Cosme (Polese) e Hampel (Mushue) que não cumpriram com a palavra para com o próprio Elizeu (Mattos). Na realidade eles deram o golpe em mim, mas deram no Elizeu também. Eu já estava com o documento em mãos assinado pelo partido e, cinco minutos antes, o partido ligou pedindo para que todos votassem no Adilson Appolinário.

Neste caso, agora, o partido não interferiu? Nem o prefeito? Mas, não houve interferência da eleição da Aidamar Hoffer, no primeiro ano?

Na verdade, tanto na eleição da Aida, como do Marin eu fui o interlocutor da negociação e teve um consenso, portanto não houve a interferência, seja do partido quanto do prefeito. Claro que nos reunimos e conversamos, pois temos a maior bancada e é natural que isso aconteça. Obviamente que o prefeito não se envolve. Fica torcendo, mas não interfere, pois é uma situação delicada e ele está ligado em outras coisas. Ele estava muito preocupado com os projetos que nós tínhamos que aprovar e que foram aprovados no pacote de mais de 70 projetos. Só emenda eram 53, então imagina se tivesse de discutir uma por uma, mas consegui o consenso destas 53 emendas. Fico feliz por isso. Como líder de governo, nestes projetos, estou profundamente realizado. 100% dos projetos do executivo, nos dois anos, foram aprovados. Gostando ou não, está é uma situação muito difícil pois apresenta à oposição oportunidade para contestação. A gente tem harmonia entre os vereadores para chegar ao entendimento, embora sempre haja votos contra, mas a maioria a gente conseguiu convencer. Houveram apenas quatro emendas do Jair (Júnior – na verdade foram oito – que ele foi convencido a retirar quatro e, na discussão, conseguimos mostrar que as emendas realmente iriam atrapalhar a execução orçamentária em janeiro. Conseguimos derrubar estas emendas e passou somente uma que provavelmente vai voltar em janeiro ou fevereiro. De outro lado isso que não posso chamar de traição, mas falta de palavra, eu não consigo lidar com isso. O Vone (Scheuermann) venceu por um conjunto de fatores.

Realmente você negou ao MDB a participação na sua chapa, como destacaram os vereadores do partido?

Eu nunca disse, em hipótese nenhuma, que eu não queria o apoio do MDB. Inventaram isso porque é a única forma de esconder a palavra dada, de dar uma justificativa. Não vou te enviar porque é muito confidencial, mas eu tenho a gravação. Quando eles pediram para conversar comigo eu já sabia o que viria. Por isso eu gravei a conversa – única conversa que gravei na minha vida – e por nenhum momento em toda a longa conversa se falou isso. Tanto que na chapa que eu já tinha pronta tinha o espaço do MDB.

Em que momento essa chapa foi alterada?

Não foi alterada, apenas não foi preenchida com os nomes, pois estávamos esperando que eles nos apontassem. Podia ser de 1º vice-presidente, 2º vice, secretário, etc… estávamos com o grupo que a gente conversou que estariam na mesa e ninguém estava disposto a negociar o cargo ou condicionar a participação, pois evoluímos muito nesta negociação. De fato, nunca, em momento nenhum refutei apoio. Eu só tive a conversa com o MDB a pedido do Vone – que já tinha se lançado candidato à presidência há tempos atrás -, o Thiago (Oliveira) e o David (Moro) já estavam comigo. O próprio Thiago já me deu a palavra uma vez e não cumpriu

O que você disse a eles?

Na verdade eu expliquei que tínhamos um grupo para formar a mesa e que eles tinham espaço também dentro do processo. Só que a conversa foi muito mais longa. Na verdade os nomes já estavam na mesa e por isso foi aquilo que falei, se faltou com a palavra. No caso de Jair já era esperado que não votaria em mim. Ele mesmo chegou para mim e disse: Gerson, você sabe que eu admiro o teu trabalho mas, não tem como votar em você porque tenho uma pretensão política lá na frente e vão dizer que eu votei com o líder do governo a mando do executivo. Me disse então que iria se abster para não me prejudicar. Não ajuda, mas também não iria atrapalhar. Acabou votando no Vone. Eu nem ia mais concorrer, mas uma das pessoas que estava na chapa da oposição, disse que, como tinha me dado a palavra, iria retirar o nome e se abster, aí então eu tinha a possibilidade de ganhar. Esta pessoa, pela segunda vez me apertou a mão – em frente de outras pessoas – garantiu que iria retirar, mas não o fez. Já tinha me dado a palavra uma vez e não cumpriu, não precisava me dar pela segunda vez e não cumprir.

Qual será a tua perspectiva daqui para frente?

Ainda não tenho o feedback da eleição. O meu papel no governo é extremamente técnico e político, difícil e que as pessoas não entendem muito bem, porque hoje tudo é mais fácil você ser contra, ser crítico e não é fácil ter pessoas dispostas a construir o entendimento. Diante disso, eu sei que perco muito em popularidade, É natural que as pessoas que estão ao meu lado há muito tempo entendam isso e admiram até, mas temos noção que é difícil. Portanto, tem que ser avaliado. Eu não estou chateado com absolutamente ninguém. A minha decepção é justamente com a falta de palavra. Quem iria esperar que o Amarildo (Farias) votasse no MDB do Vone, do Bolsonaro, e que falou mal do PT o tempo inteiro? Eu nunca falei mal de ninguém. Em nenhum momento eu subi na tribuna para falar mal do Elizeu, com tudo o que estava acontecendo na prefeitura. Agora, me surpreende o PT votar no Vone que ergueu a bandeiro do Bolsonaro dentro da Câmara. Para mim só tem uma justificativa: cargos. Qual é a vantagem do Pedro Figueredo votar no Vone? O Maurício (Batalha) é de fato meu amigo de longa data e ele cumpriu a palavra.

Ainda vai tentar no ano que vem a eleição a presidente?

O que vou te dizer. Não sei o que falar, o que pensar agora. Não sou pessoa de perder a oportunidade. Ainda gostaria de mostrar os projetos que tenho em mente para a Câmara. Não sei agora se eu coloco estas ideias como projetos legislativos ou não. Será que eles passam e eu terei habilidades para conseguir que sejam aprovadas? Não sei ainda!

clique para comentar

Deixe uma resposta